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quarta-feira, 24 de abril de 2013

PINTANDO A CENA



PINTANDO A CENA
Ysolda Cabral
          


Papel branco, bloco branco,
Caneta branca, sem tinta,
Inutilidade sobre a mesa.

Pensamento branco, sem azul.
Espaço ermo, vasto, castigado,
Sem pastos de norte a sul.

Saara... Aras...Oras... As horas...
Cavalos bravos, perdidos, raros,
Homens árabes, sem auras claras...
Mascaradas... Tantas caras!

Ponto negro... Terra em revista!
Horizonte  é miragem...
Galopa, fala,cala... Sobrecarga!
O veneno é fatal.  Cuidado!
Ninguém é imortal.

Perigo iminente...
Olha o veneno!
Olha o tempo, o vento, a direção...
Todo cuidado é pouco!
Belo rosto... Que rosto?
Aquele sem desgosto.

Fuja, corra não seja louca...
Veja a  tela branca!
Branca  iluminada...

Depressa, pega o mouse!
Abra portas, janelas!
Sorria solto, largo...
Componha uma canção
Em sol maior ...
E deixa que eu  pinto a cena.



Recanto das Letras em 24/04/2013
Código do texto: T4257142