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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

APENAS UM LAMENTO




APENAS UM LAMENTO
De: Ysolda Cabral


Deixei-me envolver pela poesia.
Perdi meu chão... Até a identidade!
Fiz-me poema em verso em simetria,
Quase poesia, pensava ser verdade.

Fui flor exalando doce perfume
no frescor do amanhecer ao fim do dia.
Fui musa; fui mulher e fui melancolia...
Nos versos de triste queixume.

Mas nem neles, de mim nada havia.
Bem que minha alma alertava!
Ela pressentia, sabia e me dizia...
Eu, de boba, não acreditava.

E quando li o meu sonhado poema,
À outra dedicado, explicitamente;
Do sonho fui acordada abruptamente.
Não pude evitar: senti-me apunhalada.

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Recanto das Letras em 20/09/2012
Código do texto: T3891743
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