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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

ÁGUAS TURVAS




ÁGUAS TURVAS
Ysolda Cabral


Águas turvas, nulas,
que me movem a não ser muda,
a condenar coisas chulas,
aos clamores não ser surda.

Águas turvas, imundas.
que enlameiam o chão da rua,
dos esgotos oriundas! 
A poesia, nua e crua,
invade o vento e se alastra
pelos céus, cantando as mágoas
contra essa gente madrasta
que polui as nossas águas!

Ah, versos vestidos de lusco-fusco!
Melhor seria medrarem de um molusco...

Praia de Candeias/PE
06.02.2015
Ysolda Cabral
Em noite turva...