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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

AMOR & POESIA



AMOR & POESIA
Ysolda Cabral

  
Ah, tive umas idéias boas!
A de ficar indiferente
A quem não me quer bem,
E, a de viver sorrindo a toa. 

Nada de me chatear com bobagem,
Não darei trela à falsa camaradagem,
Vou passear por muitos lugares,
Navegando em lindos mares.

Só tem um detalhe:
Você vai comigo onde eu for!
Levaremos na bagagem nosso amor,
Uma caneta, um bloco de notas,
E, nada de computador! 

Sei que você vai achar ruim,
Mas eu vou achar bom!
Somos assim:
O contrário até o fim.

Porém somos amor e poesia,
Mesmo quando a tristeza
Pensa acabar com nossa alegria;
Somos dois num só e
Em perfeita harmonia.

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Publicado no RL  em 11/12/2012
Código do texto: T4030444
Classificação de conteúdo: seguro

domingo, 9 de dezembro de 2012

TERNURA EM PROFUSÃO



TERNURA EM PROFUSÃO 
Ysolda Cabral


Da sua beleza e inquietude,
Transborda poesia e canção.

O orvalho dos seus poros,
Brilham ao cair sobre o teclado,
Salpicando estrelas pelo chão.

  Vida e paixão ele transmite.
Desde a maneira suave de cantar,
Que encanta e enternece,
Até quando afirma
Que o sonho não envelhece.

Escuto novamente a canção.
E, mais uma vez... Sem cansar
Com a mesma prima emoção,
De quando namorava ao luar.

A música é linda, é  límpida
Tal qual água cristalina
Quando rega a plantação.

E da ternura que brota em profusão,
Repartimos na mesma hora,
 Com aqueles que amamos,
Como forma de dizer eu te amo,
Sem dúvida e sem nenhuma vacilação.

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Canção que inspirou a poesia em tela:

Clube da Esquina II - Flávio Venturini
http://www.youtube.com/watch?v=cIB4w6FEllI

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Recanto das Letras em 09/12/2012
Código do texto: T4027910
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 8 de dezembro de 2012

IPA DE PAPEL


PIPA DE PAPEL
Ysolda Cabral


Tantos sonhos,
Tantos planos
Levados pelo Tempo
Pelo Vento...

Ora brisa
Ora vendaval

Natal...

Período crucial
Convencional
Divinal...Surreal

Voando com o tempo
Subindo, indo, indo...
Nada intervindo

Eu e você,
Minha pipa de papel,
Num dia de Sol  infindo.


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PIPAS
Odir Milanez

 Colorida de tons os mais diversos,
desejosa de luz, de mais altura,
por que quem te criou, ó criatura,
em lanços morrediços e perversos,
 fez-te refém de ventos vãos, dispersos,
a te levar do Olimpo à sepultura,
para depois cantar-te a formosura
do teu vôo final, refeito em versos?

Se entre nuvens nimbosas te abrigaste,
que fizestes das cores que levaste,
dos lisos talos, das lustrosas ripas?
 Ou será que nos céus onde voaste,
há lugar reservado, o quanto baste,
para o descanso santoral das pipas?

JPessoa/PB/
11.12.2012
oklima

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Publicado no Recanto das Letras 08/12/2012
Reeditado em 11/12/2012
Código do texto: T4026602
Classificação de conteúdo: seguro


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

CONTROLANDO O SORRISO



CONTROLANDO O SORRISO
Ysolda Cabral 


Que sorriso traiçoeiro!
Conta todos os meus segredos!
Mesmo quando lhe digo:
Fica sério! Fica quieto!

Não quero que ele saiba
O quanto o venero,
O quanto o quero,
O quanto me faz falta.
Que sua ausência me mata.

Vê se não me trai agora
   Quando ele acaba de chegar
Depois de ter ido embora,
Pois não quero mais que vá.
Toma tento! Se controla!

Ele faz de mim o que bem quer;
Sabe bem como me entontecer.
Se você ficar aí dando bobeira,
Ele vai me odiar ou de você ter canseira.

Melhor é ficar sério e não facilitar.
Ele um leão e não está pra brincadeira!
Precisa do meu colo pra descansar,
E, eu, dele pra ser feliz e amar.


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Inspirada na imagem ilustração, mas qualquer semelhança não é mera coincidência. (Risos)

Publicado no Recanto das Letras  em 07/12/2012
Código do texto: T4024647
Classificação de conteúdo: seguro

PRESENTE NÃO SE DEVOLVE NÃO



PRESENTE NÃO SE DEVOLVE NÃO
Ysolda Cabral


Ah! O que faço pra me livrar desse amor?
Esse amor esquisito que dói pra danar e me faz infeliz?
Um amor que me neutraliza, que me tira a vontade de viver
Quando me sinto insegura, não correspondida,
Ou que já fui esquecida, ou, ainda, que,
Nunca mais vou saber de você?

O que faço desse amor que é labareda
É chama que me consome dia e noite, noite e dia
Que tira o meu sossego, me tira a alegria
E que sem ele não posso mais viver?

O que faço da vida sem você para me chamar de  linda
Pra me amar em versos que afagam e alargam o meu sorriso?
O que faço para tirar-lhe a culpa pelo meu desatino?
Ah! O que faço de mim sem você em mais um dia perdido?

Rezo o Credo ou o Ato de Contrição?
Uma Salve Rainha, com devoção?
Ou rogo ao meu Anjo de Guarda que me guarde
E me livre desse amor, do sofrimento e da aflição?

Pedir ao Pai?
É ingratidão, insensatez e falta de consideração!
Afinal, um presente desses não se devolve não.

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Interação espetacular, a qual me deixou muito feliz.


07/12/2012 18:43 - oklima

AO AMOR QUE É SÓ MEU
Odir Milanez

Olha, amor que é só meu, tão longe aqui,
vem o tempo falar a tua fala.
Calado escuto enquanto ele não cala,
insistindo em dizer que te perdi.

Tão somente porque distei de ti
por tão pouco, a premissa se propala
parecendo cantigas de cabala,
sem saber à distância o que senti.

Olha, amor que é só meu, se o tempo traça
instantes eternais de divergências,
olvidemos o tempo. O instante passa!

Que falso fale o tempo em consequências,
não importa a nós dois o que ele faça:
Eu te amo até mesmo nas ausências!

JPessoa/PB
07.12.2012
oklima

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Nossa Senhora, nunca vi ninguém compor desse jeito!
Coisa de Deus, não tem outra explicação.

Obrigada, meu querido amigo, de todo o meu coração.

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Recanto das Letras em 07/12/2012
Código do texto: T4024449
Classificação de conteúdo: seguro 

NDIGNAÇÃO



INDIGNAÇÃO
Ysolda Cabral 

 
Mais tragédia?!
A chuva novamente caindo aqui!
Não é aqui São Pedro.
Presta atenção!

Rogo-lhe com fé e devoção,
Olha pra nossa região com mais exatidão!

Esqueça o litoral e olha pro sertão
Manda água de beber 
E pra fazer crescer a alimentação
Sem ela mais mortes ocorrerão

É preciso que o verde se espalhe na plantação
Quem sabe assim, também, meu amor sossegue
E me dê um pouco mais de atenção?

Ah, São Pedro!
Essa fome e essa sede precisam ter fim
Se não, eu lhe pergunto:
o que vai ser deles e de mim?


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Comentário digno de destaque do talentoso Poeta paraibano Odir Milanez, pelo qual agradeçod e todo o meu coração.

07/12/2012 17:35 - oklima


Há uns quinze dias assisti e com eles chorei a falta de chuva, ò poeta Ysolda, de covinhas no rosto! Eles, os santos de carne e osso, que choram lágrima secas e mesmo assim as escondem sob as abas dos chapéus, só se descobrindo ao sol quando bendizem a Deus por seus sofrimentos. Nenhum reclamo, nenhuma blasfêmia, nenhuma revolta contra os céus que lhes negam o direito de viver em paz com o que resta da irracionalidade de seus filhos. Beijando-te aplausos e venturoso por tua volta, Odir

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Publicado no Recanto das Letras em 07/12/2012 

MEU POETA AMADO


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SANTUÁRIO


SANTUÁRIO
Ysolda Cabral 


O santuário foi violado
Fato imperdoável
Invasão de fato
Quem será imputável?

Não há penitência
Não há sermão
Que traga o perdão

O mal é irremediável
A perda é incontestável
O sentimento é recolhido
A um santuário desconhecido

Para ser guardado
Em local protegido
Para não ser mais violado
E finalmente esquecido.

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Republicação

RL em 04/12/2012
Código do texto: T4019540
Classificação de conteúdo: seguro

ENCONTROS E DESENCONTROS



ENCONTROS E DESENCONTROS
Ysolda Cabral
  

Ontem que foi domingo, Deus mandou que chovesse para aplacar a fome e a sede dos sertanejos. Infelizmente, São Pedro, abriu as comportas na área que não precisava. Fiquei triste e pela primeira vez não comemorei a chuva e até o cheiro de terra molhada, que vinha da praia, trazido por um Vento debochado e com cara de poucos amigos; rejeitei. 

De repente fiquei com dor de cabeça, cabisbaixa e nem notei como o dia estava igual a mim: feio, frio, triste, choroso... De cara amarrada. Não senti vontade de ficar num velho e fofo sofá, com um bom livro para ler, nem que fosse Hermógenes ou Hesse, ouvindo blues, tampouco para assistir ‘’Austrália’’, ou ‘’E o Vento Levou’’ ou ‘’ Yentl’’, que já assisti mais de dez vezes...

A apatia era tanta, que resolvi resmungar contra são Pedro o fato de ser tão distraído. Em resposta ele mandou mais chuva. Entretanto, chuva chata que não fertiliza e nem alaga. Só desnorteia, entristece e faz aumentar a fome e a sede dos que vivem em terras secas e feridas pelo Sol.

Minha filha percebendo minha apatia me convenceu ir ao cinema, no Shopping, assistir o filme sobre a vida de Luiz Gonzaga e o seu filho Gonzaguinha.

- Como o cinema brasileiro está melhorado!

Nossa, o filme está perfeito! Sai dali, repleta de orgulho, porém mais triste pela constatação que a vida é mesmo a arte dos encontros, dos desencontros e dos desentendimentos  para todos.

De repente me vi olhando as pessoas ao meu redor – nunca faço isso, pois sou naturalmente desligada, ou pouco observadora, no quesito vida alheia. Triste constatei a pressa, a falta de cortesia e de educação. Notei também a soberba em muitos, a vaidade, o exibicionismo... Entretanto, me chamou a atenção, sobremaneira, ver casais de namorados, nitidamente não enamorados, juntos não sei a razão, os quais destoavam na maneira de se portarem e de se vestirem. As moças bem arrumadas e os rapazes desleixados, largados em bermudas, camisetas regatas e de sandálias havaianas. Nenhum cuidado com a aparência para encontrar as namoradas. De pronto me veio à mente uma cena do filme que acabara de assistir em que, Gonzagão, aluga uma roupa especialmente para encontrar aquela que viria a ser mãe do Gonzaguinha.

Cavalheirismo e romantismo? Não vi em lugar algum.

Cheguei à triste conclusão de que, nós pais, deixamos alguma coisa escapar.

- Mas, exatamente o quê?

O jeito foi parar de ''filosofar'', até por que recentemente me disseram que não tem coisa pior que um poeta filósofo e passei a prestar a atenção apenas em minha linda filha, a qual tinha chorado muito no filme que havíamos acabado de assistir e, eu, precisava fazê-la sorrir.

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RL em 03/12/2012
Código do texto: T4017460
Classificação de conteúdo: seguro

PELADAS NA PRAIA DE BOA VIAGEM - É O CAOS



PELADAS NA PRAIA DE  BOA VIAGEM – É O CAOS
Ysolda Cabral



Adoro ir à praia e caminhar a beira do Mar. A cada km percorrido, entro na água e me deixo descansar embalada pelas ondas. Quando me sinto descansada e renovada, nado um pouco para lá e para cá, sem lembrar de tubarões. Não sei a razão de me sentir tão segura quando estou no Mar. É algo assim inexplicável. Lembro que quando eu estava grávida de oito meses, entrei no Mar e na mesma hora ele me envolveu, me abraçou; me levantou e me levou para longe de onde eu estava. Eu sabia que isso estava acontecendo, mas confiava que ele me traria de volta e me deixei a mercê de sua vontade.

Não sei quanto tempo fiquei assim. O que sei é que ao abrir os olhos, estava praticamente na areia. Exatamente no local onde eu havia deixado minha cadeira. Na realidade, entre mim e ele existe uma relação pra lá de especial. Portanto, temos muita história pra contar. Já perdi as contas das poesias que lhe dediquei.

Por vezes penso em voltar a morar no interior, mas como viver longe do meu Mar?

E o meu Mar é o Mar da bela Praia de Boa Viagem, da qual, infelizmente, não podemos mais desfrutá-la com tranqüilidade uma vez que, sua orla foi toda tomada por marmanjos, pernas de pau, com suas peladas ridículas e perigosas para nós banhistas.

A gente não pode mais caminhar, se bronzear... As crianças não podem brincar na areia sem o risco de levar uma bolada e ir parar no hospital! Até para entrar no Mar ficou difícil, pois, para tanto, temos que passar, bem no meio do "campo”, ou dos “campos”.

E cadê a polícia?  Polícia?! E quem sabe dela?

A gente liga, denuncia. Eles anotam, anotam e anotam e a manhã passa, chega à hora de voltar pra casa e a gente volta triste, decepcionado, irado, cabisbaixo e impotente.

Não faz mal, me consolo e me prometo à noite voltar para caminhar no calçadão. Mas sem iluminação?! Ora, se com todas as lâmpadas acessas é perigoso, imagine com mais da metade das luzes dos postes queimadas!

Olhe sei não... Agora, janeiro está chegando e antes dele chegar, com certeza, chegará o cartão de boas festas IPTU. 

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Foto ilustração: Yauanna (praia antes de ser invadida pelas peladas.)

RL em 02/12/2012
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T4015769
Classificação de conteúdo: seguro

EU & VOCÊ


EU & VOCÊ
Ysolda Cabral


Brincando, brigando, sorrindo
Chorando, amando, odiando,
Beijando, abraçando...
Vamos seguindo.

Compondo versos mancos;
Tropeçamos!
Contudo, insistimos, e,
Aos trancos e barrancos,
Amando e amando e amando;
Vamos seguindo...

Seguindo por estradas
Nunca antes percorridas,
Sem objetivo e sem destino,
Entregues aos deuses,
Do Tempo, do Vento, da Sorte
Rogando a Deus que não haja morte.

Nalguma encruzilhada, divergimos!
Natural, nada imoral...
A solidão apavora,
E não é de agora...
Isso é tão normal!

Decidimos e continuamos
Na caminhada entre flores,
Seus afiados espinhos,
Os quais, ferem, magoam...

E, mesmo nos amando,
Caminhando pelas mesmas estradas,
Estamos distantes e sozinhos.

Se há argumento que justifique
Fatos assim, por favor, me aponte!

Recife/PE
30.11.2012

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RL em 01/12/2012
Código do texto: T4014597
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SOBRA DE MIM



SOBRA DE MIM
Ysolda Cabral


Longe está meu pensamento.
Fecho o cerco dos sentidos,
E digo: venha aqui!
Ele parece não ouvir.
Desespero-me e espero
Na certeza de também ir,
E, por muito longe dele passar...

Eu, de longe,
E longe meu pensamento,
Como iremos nos encontrar?
Fecho os olhos e grito:
Ei, me espera! Vou voltar. 

Faço força, aprumo o corpo,
E, aos poucos, tento ir...
E no esforço, canso,
E me deixo ficar
No chão, sem sair...

Aí grito de novo:
Ei, volta aqui!
Ele impiedosamente ri
De mim...

Olho para baixo, para os lados,
Para cima e para mim...
Será que tem alguém por ali?

E, com o pensamento,
Agora mais longe de mim,
Resolvo não ligar.
Afinal, sou muitas de mim...

De todas gosto um pouco,
Mas nem todas gostam de mim.
E, assim, vou tentar seguir
Por claros e escuros caminhos,
Quem sabe, assim,
Não encontre o que um dia,
Irá sobrar de mim. 

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Publicada no blog '' Apenas Ysolda''
E na página 63 do meu  livro '' Apenas Poesia''
RL em 29/11/2012
Código do texto: T4010864
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UMA LINDA FANTASIA DO AGORA


 

UMA LINDA FANTASIA DO AGORA
 Ysolda Cabral


Hoje não acordei com o canto dos passarinhos dos fios sobre o asfalto; nem acordei com você, meu mais lindo e verdadeiro amor inventado, ao meu lado me fazendo um carinho, me dizendo baixinho o quanto por você sou amada. Fosse com palavras sem sentido, ou em versos dos mais bonitos.

Também não acordei assustada dalgum pesadelo e nem fui acordada assim do nada, numa hora que não é a minha hora acostumada. Mas, acordei, acordei de fato e bem cedinho, pelo som que fazia o Céu lavando a terra, nosso chão.

Disposto e sem economia d’agua a tudo ele lavava espalhando um cheiro bom. Cheiro de terra molhada que, limpa e cheirosa, está pronta para ser fertilizada e dela a Vida florir mais bela, mais pura e mais harmoniosa.

Não tive pressa em sair da cama. Deixei-me ficar escutando a Vida se renovando lá fora, enquanto pensava em você, minha mais linda fantasia do agora.

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RL em 28/11/2012
Código do texto: T4009133
Classificação de conteúdo: seguro

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01/12/2012 00:45 - oklima
Ah, o som da chuva no telhado, num batucado com jeito de batidas, peito a peito, de um corpo em outro colado. Baticum apaixonado dessa chuva de nós dois, deixando para depois a querência do estiado. Ah, essa chuva chamego, dançando amor nas biqueiras, sem zangas, sem arrenego, sem parágens, sem canseiras, cheirando a terra molhada, lavando os nossos pecados, em teu ventre agasalhada, das goteiras nos pingados!... DIA DE CHUVA/ Uma sensação de abrigo/ o som da chuva provoca./ Às vezes, ela convoca/ a vinda de amor antigo/ para estar junto comigo,/ sem falar de seus problemas,/ sendo parceiro dos temas/ na voz de Carlos Gardel/ e nas folhas de papel/ onde escrevo os meus poemas./ Seguindo os passos prosaicos da poeta Ysolda Cabra, a quem beijo abraços e abraço beijos.

YAMÂNU E SEU TRISTE NOVEMBRO



YAMÂNU E SEU TRISTE NOVEMBRO
Ysolda  Cabral
 

Acabei de chegar da Escrivaninha do recantista Yamânu, onde estive me deleitando com sua Crônica – ‘’a b c d...” Nela, o escritor/poeta discorre sobre o mês de novembro, o qual só lhe tem trazido tristezas.

Li e fiz um comentário, o qual ele não vai entender e se entender, entenderá errado, pois a interpretação do texto é do conhecimento apenas de quem o escreveu - aprendi isso recentemente. Logo, se entendi que ele só vem tendo tristezas no mês de novembro, pode ser que não seja exatamente assim, mesmo estando lá escrito em ‘’consoantes e vogais’’ formando palavras e as palavras formando frases.

O mesmo aplica-se ao meu comentário, obviamente. Contudo, como no término dele,  perdi a chave da sua interpretação, ali ficou fadado a completo mistério.

Voltemos ao fio da meada – qual é fio da meada mesmo?

Ah! A crônica ‘’ a b c d... ‘’, com minúsculas e sem vírgulas do Yamânu e o seu mês de tristeza constante.

Ora, esse menino! Ruim, ruim, de verdade, seria se o mês fosse que nem carrossel. E, nem assim seria de todo ruim, pois um mês entre dez e um que ainda há de vir, quando tudo pode acontecer, não pode ser considerado o fim do mundo.

Triste de mim que vivo na montanha russa por meses de anos e há séculos... 

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RL em 27/11/2012
Código do texto: T4007944
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FUGINDO DO CONTEXTO



FUGINDO DO CONTEXTO
Ysolda Cabral


Sei que nada sei
Sei que nada sou
Sei que não estou
Em mim
Amanhã talvez

Muito grande, às vezes, é a dor
O entendimento não acontece
O sofrimento rasga o peito
Paralisando a gente
Que sente e vive amor

O desencanto acontece
A ilusão desaparece
O sentimento enlouquece
E vamos perdendo a razão
E ficar assim
Não sei não

Não adianta chorar
Não adianta penar
Não adianta perdoar
O que está feito
Está feito

Se assim for
Não tem feito
Aquilo que não tem conserto
No sonho está desfeito
Acordar rápido é o jeito
Para não sofrer mais dor

E mesmo sem conserto
Fugindo muitas vezes
Do contexto, insisto e vou
E assim, com a dor diminuída
Ou controlada no peito
Sigo à procura
De um suave desfecho
Para que ele seja só de amor. 

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RL em 25/11/2012
Código do texto: T4003636
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