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quinta-feira, 28 de março de 2013

TEMPOS DE PÁSCOA - MEU JESUS



TEMPOS DE PÁSCOA - MEU JESUS 
Ysolda Cabral

  
Quinta-feira Santa... Preciso me concentrar, pensar, refletir, meditar...  Rezar, orar ou simplesmente conversar com Deus, com Jesus, ou, com o Divino Espírito Santo. Na dúvida, escolho Jesus.  Deus é muito ocupado! Eu acho. O Espírito Santo é meio aéreo. Deve ser poeta. Vive a flutuar por algum jardim do paraíso!  Imagino.  Já Jesus, não.  Jesus sempre está disponível para uma boa conversa, uma arenga, uma peleja, sem pé e nem cabeça. Jesus tem cabeça fresca e sabe ser amigo.

Muitas vezes O vejo junto a mim, me escutando na maior paciência. Acho tão bonito! Sinto-me importante, prestigiada e arrisco até a Lhe dá conselhos!  Sou atrevida.  Ele não liga e atento me escuta e escuta os maiores absurdos. Quando retruca, os seus argumentos são simples, fáceis de entender, uma vez que são objetivos, inteligentes e lógicos. Jesus é bom de prosa e só nos conforta. Independente do problema, Ele acha a solução e é tão generoso e tão humilde que deixa a gente pensar que fomos nós que a encontramos.

Simples e da mesma idade da gente, Jesus usa calça blue jeans, camiseta; adora uma praia e por os pés no chão, na terra, na areia... Por vezes preciso Dele, mas não estou pra conversas. Ele não se importa e me acompanha na caminhada à beira mar. Se canto baixinho uma canção, Ele canta comigo o refrão. Logo a angustia, a tristeza e o cansaço desaparecem. Sinto-me desperta, menina e repleta de idéias, sonhos e ilusões.   É quando a poesia aflora potente e toma conta de mim. Jesus me olha de soslaio e sorrir... Eu Lhe faço uma careta e seguimos juntos olhando a bela paisagem, sentindo o cheiro do mar, escutando o sussurro das ondas a acariciarem nossos pés descalços. Gostamos da companhia um do outro. Vez em quando paramos para curtir um pouco as lindas garças, pousadas graciosamente, nos arrecifes.           

Depois de nossas conversas e caminhadas, me pergunto à razão de não ter Lhe perguntado um monte de coisas importantes. Como por exemplo: gostaria de saber a razão de tanta desigualdade, rivalidade, entre os seres humanos; a razão das catástrofes e das guerras. A razão de tanta violência; de tanta fome. A razão de não chover onde a terra precisa da chuva para fazer brotar o pão; a razão Dele não fazê-la parar, no lugar onde ela cai somente para causar sofrimento e destruição. Queria tanto saber a razão, o porquê, Dele permitir que os homens se comportem de maneira tão violenta e absurda. Alguns se acham deuses, acima do bem e do mal. Ah, queria tanto perguntar e pedir pra Ele acabar com essas coisas! Entretanto, não pergunto nada, não peço nada e só me preocupo com os meus problemas tolos.

Ah, que vergonha! Que tristeza!  Estou precisando refletir mais sobre mim, sobre minhas atitudes...

Afinal o sacrifício, ao qual Ele se submeteu, pela vontade de Seu Pai, para que pudéssemos aprender o caminho que devemos trilhar, em busca da salvação, tenha valido a pena. 

Que todos tenham uma Páscoa proveitosa e abençoada.

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Recanto das Letras
Em 28/03/2013
Código do texto: T4211681
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