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sábado, 29 de setembro de 2012

O TEU ABRAÇO




O TEU ABRAÇO
Ysolda Cabral


Quando te despedes de mim,
Há um que especial e carinhoso
Que, me sinto envolver no teu abraço,
- o teu mais forte traço.
E a minha alma fica assim:

Saudosa de ti e ciumenta,
Cria mágicos inusitados.
Se revolta, se lamenta
Em prantos amargurados.

Contudo ela adormece...
Sonha sonho que não anoitece.
O teu abraço ela abraça
A vida inteira e o ciúme passa.

Ah, meu amigo adorado!
Não queiras mais ser engraçado.
E não abuse das metáforas.
Eu sei que estás apaixonado!

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Ao som de Etta James – I’ll Take Care Of You
Em pleno sábado à noite

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Publicado no RL em  29/09/2012
Código do texto: T3908028
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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

EU E VOCÊ NA CANÇÃO



EU E VOCÊ  NA CANÇÃO
Ysolda Cabral


 Estamos poema,
Na canção em Ré Maior,
Que compus  pra você.

Mesmo cansada
- Por sua causa -
Estou confissão:

Dedos doridos
Do violão...
Poucas notas.

Sinto-me ótima!

Medos banidos;
Pra você meu amigo,
Sou  inspiração.

Recebi suas rosas!
Agradeço agora,
De todo o meu coração.

Estou música!
- Sem solidão -

Agora preste atenção:

Queria te ouvir em poesia,
Sem  penitência de oração.

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Recanto das Letras em 27/09/2012
Código do texto: T3903529
Classificação de conteúdo: seguro

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

NOTÍCIAS TRISTES NUM DIA LINDO



NOTÍCIAS TRISTES NUM DIA LINDO
De: Ysolda Cabral


Como é possível a gente se entristecer num dia que amanheceu tão lindo e com  '' Raios de Sol''  que invadem  tudo de maneira tão suave e convidativa?  
Num dia assim a gente tem vontade é de tirar a roupa, deitar sob o Sol e desfrutar de seu calor a beira mar, ou, na relva de um lugar qualquer...

- Jamais ficar triste!

Notícias ruins não deveriam chegar a dias assim!

O pai de um colega de trabalho faleceu e, também,  a mãe de outro. Triste sim! Notícias de falecimentos sempre são tristes, mesmo eu não entendendo bem a razão. Coisa mais natural do que morrer, desconheço.  A não ser quando a morte acontece de maneira violenta e prematura.

O telefone toca, atendo.  Uma amiga sofreu um acidente e fraturou o pé. Está no hospital.

Acesso a Internet e me deparo com uma carta aberta de um determinado escritor para um amigo,  lhe aconselhando  deixar a timidez de lado e olhar  ''o balanço dos quadris,'' da garota pela qual ele julga estar apaixonado,  e,  tomar uma atitude.

– É mole?

Esse conceito que a maioria dos homens ainda tem,  de que a mulher é apenas peito e bunda, me revolta sobremaneira. Não fico triste com coisas assim. Fico é muito indignada.

- Saí da página!
 
Resolvi abrir meu e-mail - quem sabe não teria chegado aquele  tão esperado? 

Não havia chegado!  Porém três, dentre vários outros, me fizeram querer os abrir para ler, imediatamente. Dois deles; com poemas que me deixaram deslumbrada, extasiada e novamente com vontade de deixar de compor àquilo que chamo de minha ‘’poesia,’’apesar de me terem feito chorar de emoção diante da beleza triste e sem esperança que eles traziam em seus conteúdos.

E o outro anunciava a descoberta de um papiro, do século IV, que menciona a mulher de Cristo.  ( Abaixo a notícia, como recebi)

Fechei meu  e-mail e não sei quando vou abrir novamente...

Ah, já não estou tão contente!

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A notícia:

‘’ Um papiro do século IV poderá mudar a religião Católica, pois uma das frases inscritas menciona a mulher de Jesus Cristo. A tradução do papiro não está concluída de forma exata, mas ainda assim deverá reacender o debate sobre a vida de Jesus Cristo e o papel da mulher na igreja.

Uma historiadora especializada na área do Cristianismo, na Escola de Teologia de Harvard, identificou um pedaço de papiro que acredita ter a frase "Jesus disse-lhes: A minha mulher...". Logo abaixo, há parte de uma frase traduzida desta forma: "Ela poderá ser minha discípula", noticia o jornal norte-americano "The New York Times".

A investigadora Karen L. King pensa que o papiro, revelado em Roma, na terça-feira, foi escrito no século quarto, em linguagem copta, e chama-lhe de "O Evangelho da Esposa de Jesus".

O objeto chegou ao conhecimento de King através de um email enviado em 2010 por um colecionador privado, que lhe pedia que o traduzisse. O colecionador, que tem papiros gregos, coptas e árabes, não quer ser identificado para não ser incomodado por compradores.

Não se sabe qual é a proveniência do papiro, pois foi comprado juntamente com outros a um colecionador alemão, em 1997. O "evangelho" trazia um bilhete em alemão que citava um professor de Egiptologia em Berlim, que havia dito que aquele era o único texto em que Jesus falava de uma esposa.

Até agora, King apenas havia mostrado o objeto a peritos, que concluíram que não se tratará de uma falsificação. Ainda assim, a historiadora e os colegas querem ter a opinião de mais especialistas. ’’

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Recanto das Letras em 24/09/2012
Código do texto: T3898311
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 22 de setembro de 2012

O AMOR...ONDE ESTÁ?



 O AMOR... ONDE ESTÁ?
De: Ysolda Cabral


Onde está esse amor,
Cantado pelos poetas,
De todas as eras;
Pelos cantos da terra?

Onde está esse amor...
Tão cantado; tão perfeito;
Tão desejado; tão bonito;
Que faz querer morrer de amor?

Estaria na suavidade
Da pétala de uma rosa?

Na beleza do verso pobre
Dum pretenso cantador?

Talvez na fragilidade do orvalho...
Quão pequeno, regando o chão!

Tantas possibilidades...
Renovação!

Ah, já sei!
Está no canto dos pássaros,
Nas manhãs primaveris.
Ou estaria na cama da meretriz?

Onde está o amor,
Que de tanto amar acabou?

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Recanto das Letras em 22/09/2012
Código do texto: T3894728
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

APENAS UM LAMENTO




APENAS UM LAMENTO
De: Ysolda Cabral


Deixei-me envolver pela poesia.
Perdi meu chão... Até a identidade!
Fiz-me poema em verso em simetria,
Quase poesia, pensava ser verdade.

Fui flor exalando doce perfume
no frescor do amanhecer ao fim do dia.
Fui musa; fui mulher e fui melancolia...
Nos versos de triste queixume.

Mas nem neles, de mim nada havia.
Bem que minha alma alertava!
Ela pressentia, sabia e me dizia...
Eu, de boba, não acreditava.

E quando li o meu sonhado poema,
À outra dedicado, explicitamente;
Do sonho fui acordada abruptamente.
Não pude evitar: senti-me apunhalada.

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Recanto das Letras em 20/09/2012
Código do texto: T3891743
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EU, ARREMEDO




EU, ARREMEDO
De: Ysolda Cabral


Um dia fiz de mim um arremedo, 
Permitindo-me amar sem ser amada.
Ao me despir do sonho...Mero medo! 
Chorei do absurdo que criara. 

Amava como quem ama um tesouro,
Do mais puro e indestrutível jaspe.   
Guardado como quem guarda ouro,
Para ser achado... Sem alarde!

O tempo foi passando sorrateiro, 
Comigo, mineiro, despreparado,
Fui me desgastando por inteiro...

E ao rever o meu tesouro guardado,
Na solidão duma noite abençoada, 
Constatei que ele não valia nada. 

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Recanto das Letras  em 19/09/2012
Código do texto: T3890190
Classificação de conteúdo: seguro

ESTRELA CADENTE ALAGOANA EM BOA VIAGEM





ESTRELA CADENTE ALAGOANA EM BOA VIAGEM
De: Ysolda Cabral 

  
Na folhinha, em minha cabeceira: ''quarta-feira, 19 de setembro de 2012''. Dou um pulo da cama: é dia de encontrar, novamente, ela; a Estrela Cadente Alagoana, Edna Lopes, escritora, poetisa, recantista, minha amiga querida.

- Nossa Senhora! Que alegria, que alegria!

De repente paro, me equilibro, alongo... Sinto-me fraca, tão fraca!

Recuo devagarzinho e volto pra cama. O que aconteceu? Então me lembro: estou de regime e passei a noite sonhando que nadava num mar de chocolate.

Credo! Que pesadelo terrível! Então é por isso que me sinto tonta.

- Nem gosto mais de chocolate!

Decido: continuarei o regime hoje, amanhã e sempre, nem que me afogue toda noite em pesadelos.

Vamos, Ysolda! Levanta moça! (Ah! Adorei o moça)

Respiro fundo, me espreguiço. Sinto-me leve, feliz da vida e pulo da cama:

- Aterrisso no mundo amarelo e verde;  sem passarinho...

Amarelo do abacaxi, no café da manhã; do verde das folhas e do pepino, no almoço. Tudo regado a coca-calo zero e bem gelada – tirar tudo de uma vez é masoquismo.

- Não sou masoquista!

E, finalmente, à noite posso encarar até ''alpiste'' com a minha Estrela Cadente.

- É mole?

- Sem foto, viu bichinha?

Ela tem mania de fotos, mas já avisei desde ontem à noite, que tratasse de despistar os Paparazzi.

Feliz por te encontrar, minha querida.

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Recanto das Letras em 19/09/2012
Código do texto: T3889655
Classificação de conteúdo: seguro

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

NÃO SE BRINCA COM A OBESIDADE




NÃO SE BRINCA COM A OBESIDADE
De: Ysolda Cabral



Já usei o cabelo grande, curto, curtíssimo... Já usei o cabelo preso, mas só para grandes ocasiões... Também já pintei de preto, de  ruivo, de  castanho claro; coloquei  luzes, mechas... só não raspei a cabeça; ainda. 

Não é que não goste do meu cabelo; até muito pelo contrário! Ele é uma das coisas que mais gosto em mim, depois do meu ''sorriso de covinhas'', viu poeta?  (Risos).  Mas, o fato  é que,  como toda mulher, preciso implicar com alguma coisa para fugir daquilo que realmente deveria implicar: O  PESO.

- E não é por vaidade! É por conta da saúde mesmo.

Só de escrever sobre a questão, já sinto o sangue ferver e a boca salivar de tanta vontade de comer um brigadeiro. Parece mais desejo de mulher grávida!

Antes eu criticava mamãe e minhas amigas por não conseguirem controlar essa maldita doença – O B E S I D A D E - e ficava muito indignada com elas, principalmente com mamãe.

Ah!Mas sabe aquele velho ditado popular ''língua falou...'' ?

- É tiro e queda!  A lei do retorno é mesmo  infalível.

- Bem feito pra mim!

Agora não posso mais aumentar nenhum grama e preciso diminuir o peso, bem depressa, antes que ninguém queira ir ao meu velório, principalmente os homens da família, uma vez que caberá a eles a tarefa de me carregarem pelas orelhas, digo pelas alças, até a minha última morada.

O exposto em tela, não é brincadeira. É coisa séria e muito séria mesmo.

E o pior é que atribuo esse excesso, de quase vinte quilos, ao fato de ter deixado de fumar, há mais de quinze anos, e não a minha falta de auto-estima e vergonha na cara.

- Meu caso é grave!  Estou com um problemão. 

Mire-se no meu exemplo, pare de comer tanta bobagem e não me pergunte mais a razão de me ver  triste e chateada...

-  Que coisa! 
  
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 Publicado no Recanto das Letras em 17/09/2012
Código do texto: T3886563
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domingo, 16 de setembro de 2012

PERNAS QUE NÃO SÃO MINHAS


PERNAS QUE NEM SÃO MINHAS
De: Ysolda Cabral
  

Com o ‘’ Tambor do Encantado’’ retumbando em harmonia, depois da noite tranqüila e bem dormida – apesar de ter levado um tremendo golpe da folgada tristeza, a qual nada tem de bonita e nem de companheira – o dia amanheceu lindo, completamente azul e totalmente envolto de Luz.

Antes da caminhada à beira mar, resolvi abrir meus e-mails e me deparei com mensagens alegres e outras tristes; muito tristes... Tão tristes que me fizeram chorar. Entretanto, uma delas me fez sorrir e protelar um pouquinho minha saída de casa.

Nela a pessoa escreveu exatamente assim: ‘’ qual a razão da senhora, foi num foi, usar essas perninhas, que nem são suas, em seu perfil?’’

Respondendo por aqui sua pergunta, digo-lhe que: quando uso essas perninhas do Google, quero dizer aos meus leitores que, estou caminhando pelo ‘’Espaço Virtual’’e que, talvez, me perca e nunca mais volte.

Uso, também, essas perninhas que nem são minhas no meu perfil, quando canso da minha cara de eterno palhaço, e, por último...

Uso essas perninhas que nem são minhas, por que as minhas são finas demais.

Agora vou caminhar antes que elas nem possam mais com o resto de mim.
  
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Recanto das Letras em 15/09/2012
Código do texto: T3882786
Classificação de conteúdo: seguro

FAZ DE CONTA QUE...




FAZ DE CONTA QUE...
De: Ysolda Cabral

  
Silenciosamente venho aqui,
Venho por que gosto de vir.
É aqui que leio lindos poemas,
Poemas tão ausentes de mim!

Mas, não são!
Quando faço de conta...
E o número de vezes já monta
De um tantão assim...

Ai, o que será de mim!

Mas, enfim...

O ‘’Tambor do Encantado,’’
De '' Tum... Tum...'' Atrapalhado,
Querendo parar de retumbar,
Roga para ir e não voltar...

Faço de conta  que não compreendo,
E do faz de conta vou vivendo,
Até a chegada do fim.


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Recanto das Letras  em 14/09/2012
Código do texto: T3881296
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MEIO TERMO DE OURO (REPUBLICAÇÃO)



MEIO TERMO DE OURO
De: Ysolda Cabral


 Se sou poeira de estrelas,
Está explicado porque não me sinto inteira.
É que sou feita de partículas muito pequenas,
Para me sentir comigo satisfeita...

Mas, se as emoções são movidas por átomos,
Vácuos e pelas leis inalteráveis da natureza;
Por que me deslumbro e me emociono,
Quando penso em você e quando
Vejo o mar em noite de lua cheia?

Filosofia, Ciência ou Religião;
Onde está a explicação, para as coisas do coração?
Como não sou agnóstica e não concordo
Com o pensamento de Demócrito,
Acho mesmo é que sou parte de Adão...

Entretanto, isso não faz de você melhor que eu,
Já dizia o sábio filósofo e apaixonante Platão.
Portanto, cuida de mim como cuido de você,
Senão, você vai é me perder.
Afinal, procuro seguir o conselho de Aristóteles:
Sou “meio-termo de ouro” e você?

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Recanto das Letras  em 13/09/2012
Código do texto: T3880424
Classificação de conteúdo: seguro

FORA DE COMBATE


FORA DE COMBATE
 De: Ysolda Cabral


Hoje a tristeza e o desencanto desabaram sobre a minha cabeça e me invadiram de tal maneira que até a minha alma está achando um pouco demais.  E ela tem toda razão.

Procurei conversar com os dois educadamente e pacientemente – fugindo ao meu feitio uma vez que educada sou, mas de paciente não tenho nada. Contudo, não teve jeito. Parece que chegaram dispostos a se instalarem definitivamente. 

Então que fiquem e sintam-se à vontade.

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Recanto das Letras  em 13/09/2012
Código do texto: T3880075
Classificação de conteúdo: seguro

PERSCRUTANDO O SILÊNCIO



PERSCRUTANDO O SILÊNCIO
De: Ysolda Cabral


Há silêncio abençoado, desejado, perseguido...

Há silêncio que incomoda, preocupa, entristece, anoitece o dia mais bonito...

No silêncio abençoado você se refaz como quem dorme um sono bom... Ou, viaja de férias.

No silêncio abençoado você sente o descansar de maneira plena e muito confortável... Sente a vida com a percepção mais aguçada... Sem interferências.

É bom para ler poemas de amor e sonhar os sonhos mais bonitos, ou, simplesmente,  ficar nalgum lugar onde o silêncio tenha a percussão da chuva, do vento, das ondas do mar... Ou, do canto dos pássaros, do farfalhar das folhas ao cair da tarde...

No silêncio abençoado, escutar a tua voz sussurrando baixinho ''amo você'' é um bálsamo de frescor e pura magia. É a interrupção do silêncio na sua forma mais completa e mais bonita, onde existe cumplicidade nas juras sublimes de amor.

Já o silêncio que incomoda, preocupa, entristece, anoitece o dia... Quero que vá embora, que se esqueça de mim!

Quero a zoada da minha risada de alegria ao te ver aqui.

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Recanto das Letras em 12/09/2012
Código do texto: T3878496
Classificação de conteúdo: seguro

CACHORRINHA NO JARDIM DE BORBOLETAS



CACHORRINHA NO JARDIM DE BORBOLETAS
De: Ysolda Cabral


Triana Zefa Cabral de Siqueira é uma cachorrinha baiana,  da raça Poodle e que foi  ''naturalizada'' pernambucana quando o meu cunhado, o qual residia com a família em Salvador-BA, foi transferido de volta para o Recife.

Logo que chegou fez amizade com todos nós, adaptando-se à nova vida com facilidade, felicidade e festividade; isso  sem nenhuma falsidade.

Chegou com a idade de  três anos. Agora, com 15, não é debutante é uma cachorrinha em fase terminal. Com a saúde bastante debilitada, se arrastando pelos cantos, desorientada, sentindo dores - apesar de muito bem cuidada e medicada. Penso: se cachorro tiver alma, a dela está ansiando por liberdade.

Estive com Zefa no último final de semana, na casa de praia de minha irmã e fiquei chocada com o estado da nossa querida e amada cachorrinha. Ela adorava ir pra lá, aonde, no jardim, passava quase todos os dias brincando de pegar borboleta e fazendo gracinhas pra gente sorrir. Agora nem reconhece o lugar!

Fiquei tão triste com seu estado de saúde que, me ouvi sugerindo à minha irmã pedir à veterinária abreviar-lhe o sofrimento. Ela disfarçou a indignação e disse não. 

Eu também, de certa forma, estava indignada e chocada com o que acabara de sugerir com tanta naturalidade.

Surpresa comigo, fiquei a refletir sobre a questão ''eutanásia'' e quanto mais refletia, mais achava que estava errada, mas aí  olhava pra Zefa e sentia um enorme aperto no peito. Novamente me surpreendi pensando: se fosse minha eu já tinha acabado com esse sofrimento.

Com esse conflito, no domingo botei o pé na estrada de volta pra Recife e, pela primeira vez, não curti a viagem, mesmo adorando viajar comigo dirigindo.

É que, dirigir na estrada sempre me faz ficar mais relaxada, mais lúcida e com as idéias todas em seus devidos lugares. Contudo, dessa vez não foi assim...

Eu dirigia com a mesma atenção e responsabilidade de sempre, porém, sem relaxar, pensava na cachorrinha que ficara se arrastando, sem nem saber estar na sua casa de jardim de borboletas, as quais, imitando os beija-flores,  pairavam no ar por não terem com quem brincar de pega-pega.

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Recanto das Letras em 12/09/2012
Código do texto: T3878029
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SHOW DA VIDA (REPUBLICAÇÃO)


SHOW DA VIDA
De: Ysolda Cabral

 Entre pedras,
Sol escaldante,
Sem água e sem nada,
A FLOR DE CACTUS.

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Recanto das Letras
Enviado por Ysolda Cabral em 11/09/2012
Código do texto: T3876927
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EM PLENO SHOW


EM PLENO SHOW
De: Ysolda Cabral

(Dedicado a linda e talentosa
 Cantora pernambucana Caroline Acioli) 


 A bela cantora tímida olha o chão.
Com a voz silenciada pela emoção,
esquece de si e de todo mundo;
por um milésimo de segundo. 

O solo da guitarra lhe avisa 
que sua hora é chegada... Cante!  
Ela não se mexe, ela não se liga. 
No coração uma paixão antiga... 

Sua alma chora... Ela não veio! 
O show começado perde sentido.
E, com o coração partido ao meio;  

a cantora, com a força do amor,
 cala o grito, esquece a dor, 
e entoa o seu canto mais bonito.  


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Recanto das Letras em 09/09/2012
Código do texto: T3872949
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AO SOM DO BLUES


AO SOM DO BLUES
De: Ysolda Cabral


Na tarde feriado,
(Ao som do Blues)
Pensamentos vagos...

- Por onde tens andado?

No Céu do meu quarto,
Carneirinhos vão ao pasto;
Sono não tem.

Penso em você...

- O que faço?

Espero notícias...
Rezo, peço e brado: vem!

Ladainha sem ninguém;
Fica sem amém...

Vôo no compasso
Dos meus pés descalços...

Morre o Sol devagarzinho,
Pela fresta da janela.
Sombras e  quimeras...

Continuo sozinha;
Ao som do Blues...

No Céu do meu quarto,
Nem Lua e nem Estrelas.
Apenas, sonhos que traço.

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Recanto das Letras  em 07/09/2012
Código do texto: T3870636
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INQUIETUDE


INQUIETUDE
De: Ysolda Cabral


Não estou bem
Preciso ficar zen
Não pensar em ninguém

Também...

Noite mais esquisita!

Há um mistério no ar
(devidamente previsto)
Sorria sem parar!

Não vejo a Lua
Me sinto nua
Não sou tua

Vou aquietar a minha casa
E me deixar ficar
Esquecida em tua alma

E se amanhã acordar
Vou pro Mar
(me benzer)
Nadar... E,
De amor... Me perder.

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Recanto das Letras  em 06/09/2012
Código do texto: T3869231
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