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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

NÃO DESISTO






NÃO DESISTO
Ysolda Cabral



Pisando na areia molhada,
Recolhendo conchas e estrelas do mar
Sem sonho e sem objetivo
Sigo a caminhar

Assim venço toda tristeza
Que a vida faz questão de dar
E sem pensar em nada
Sigo a caminhar

Sentindo o vento no rosto
O sol aquecendo o meu corpo
Que a água, através dos meus pés, tenta esfriar
Sigo a caminhar

O dia iluminado pára
A bela garça por sobre a minha cabeça passa
E escutando as ondas do mar
Sigo a caminhar

De repente fico alerta
Com todos os sentidos aguçados e definidos
Do peito vem a dor e vem o grito
Sem que eu possa impedir ou parar

Mesmo assim... Sigo a caminhar.


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Recanto das Letras em  em 25/01/2013
Código do texto: T4104380


COMO TE AMEI



COMO TE AMEI!
Ysolda Cabral

          
Acordei de um sonho bom.
Não escutei nenhum som!
Cautelosamente levantei,
E a dor foi tanta que gritei.
Só então algo escutei...

Gritei no vazio de mim,
Num vazio sem eco:
Eu pra nada sirvo! Presto!
Compreendi, enfim...
Ainda há algo em mim?

Corajosamente levantei;
Pés descalços. É ótimo!
Nada de fantasia. Considerei.
Hoje farei só o que gosto!
Topo... Tropecei, levantei!

Cuidarei de mim direitinho,
Nada me atingirá! Ponderei.
Vou sorrir,  mas chorei.
Ah, como preciso do carinho
Nunca recebido!

Voltar a dormir pra sonhar,
Ou, definitivamente acordar?
Ah, como me expus! Vacilei!
Queria teu amor, me enganei.
Como te amei!

Hoje triste e sozinha sigo,
Sem amor e sem ídolos.
Não choro e nem sorrio...
Percorro meu labirinto vazio,
Sentindo a vida por um fio. 

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Recanto das Letras  em 25/01/2013
Código do texto: T4104002
Classificação de conteúdo: seguro


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

RISÍVEIS ENGANOS



RISÍVEIS ENGANOS
Ysolda Cabral


De engano em engano
Vou me enganando
Vão me enganando
Não é engraçado

Canto e conto
Sou boba, sou louca
Fiquei nua, inda casta

Amei vazio... Rio
De lágrimas amargas
Calor e  frio... Sorrio 
Risíveis  enganos

Hoje...

Vi o Céu através  da Lua
Ainda pensando ser  tua.

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Recanto das Letras em 24/01/2013
Código do texto: T4103448
Classificação de conteúdo: seguro

PENSAMENTO ADVERSO



PENSAMENTO ADVERSO
Ysolda Cabral


Impregnada de teus versos,
Pensamento pairando adverso,
Perdido e sem saber aonde vá,
Pára incerto entre mim e o teto.
Vai enlouquecer ou sarar?

Contudo, do teto ele não passará!
Paciente aguardo a rebeldia passar.
Sem pensamento e sem pensar,
Resolvo inovar... Meu verso.
Não me avexo!

Levanto-me e saio pra passear.
O pensamento vem comigo,
Parece até coisa de menino,
Quando cisma de arremedar.
Macaquear... Irritar...

Finjo que não vejo, ignoro.
Acalmo-me sorrindo, mas choro
Por culpa da maldade do mundo.
E, ao pensamento me curvo,
Se, não, entristeço, enluto...

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Recanto das Letras em 24/01/2013
Código do texto: T4102764
Classificação de conteúdo: seguro

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ESSA CARA NÃO É MINHA




ESSA CARA NÃO É MINHA
Ysolda Cabral



Amanheci triste, atrapalhada.
Cautelosamente me olhei no espelho...
Meu Deus que cara!

De cara pensei: essa cara não é minha!
Esfreguei os olhos – coisa errada, muito errada.
Nunca faça isso, pode romper à córnea.
Parei, olhei... Assustei-me!
Pois não é que a cara era a minha!

Sorri e covinhas não vi.
- Ò Poeta presta atenção na lira!
Ah, ira!
“Um gira-sol sem sol”

Aproximei-me do desalmado,
Quase a beijar a minha boca.
- Que coisa!
Estava tudo confirmado:
Nada de covinhas!

Cadê minhas covinhas...?
Sorri forçado...
Já disse que sorrir forçado,
É muito errado e causa dor.
Meu Deus que horror!

De repente dos óculos me lembrei
E a luz se fez...
Achei minhas covinhas!
Mas, pensando bem...
Será que essa cara é mesmo a minha?

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Recanto das Letras  em 23/01/2013
Código do texto: T4100065
Classificação de conteúdo: seguro

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

NUANCES DE SAUDADE


 

NUANCES DE SAUDADE
Ysolda Cabral
                                                    
   
Há saudade danada de boa,
Trazida por lembrança à toa.
Quando chega alegra, encanta.
É lembrança abençoada, santa.
                                       
Há saudade que tripudia, maltrata,
Entristece, traz infelicidade;
Independente de nossa vontade.
Uma verdadeira praga!

Por vezes penso que essa saudade
Que,  maltrata e faz doer,
É coisa dos infernos! Ah, coisa ruim!
É preciso cuidado, convém se benzer.

Se benzer de qualquer jeito,
Recorrer ao “Santo Proteção” eleito,
Pra nos proteger da saudade maldita,
Vingativa, enorme desdita!

Agora, sentir saudade de você...
É sentir a Vida pulsando nas veias,
Por vezes,  até querendo morrer,
Só por não estar em corpo de Sereia.

domingo, 20 de janeiro de 2013

PRENÚNCIO DE DIA BOM















PRENÚNCIO DE DIA BOM
Ysolda Cabral


Dormi com um aperto no peito,
E uma dor abdominal.
Igual aquela do medo,
Que dá um calafrio infernal.

Noite de  silêncio perturbador,
De  coração sangrando de dor
Pelo enorme vazio que você deixou,
E, nem percebeu, nem notou...!

Sem quase se despedir foi embora.
A noite perdeu o brilho, perdeu a cor.
Se foi quando disse vou agora,
Tirando-me a alegria, o frescor...

Hoje o dia amanheceu quietinho,
Ouvindo o canto dos passarinhos
Cantando em tom maior,
Bonito e suave...  Muito melhor!

Prenúncio de dia bom!

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Recanto das Letras em 20/01/2013
Código do texto: T4094603
Classificação de conteúdo: seguro 

sábado, 19 de janeiro de 2013

O BLOCO PASSOU





O BLOCO PASSOU
Ysolda Cabral


Bloco na rua
No entardecer do sábado
No Céu não há Lua
Estrelas brilham... Suam
Sentimento vibrante
Desafiador
Inquietante
Escute, cante
Dance, pule, siga adiante
A energia é contagiante
A percussão invade o peito
Ato, fato...  O sangue ferve
 É frevo
Nada de impossibilidades
Solte as amarras
Liberte-se
Grite alto 
Ninguém escuta, nem repara
Nem anota
O momento é agora
Coragem... Se jogue
A noite chegou
O bloco passou
Você perdeu, você sonhou.

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Recanto das Letras  em 19/01/2013
Código do texto: T4093987
Classificação de conteúdo: seguro

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Foto Yauanna do Bloco ''Fika Trankili'' - Carvalheira 
Recife - 19/01/2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

MINHA VERDADE



MINHA VERDADE
Ysolda Cabral 


Quero trilhar trilhos sem linha
Quero compor a lira sem rima
Quero viver no Mundo da Poesia
Posto que  a vida é triste agonia.



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Recanto das Letras em 17/01/2013
Código do texto: T4090181
Classificação de conteúdo: seguro

APELO





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Recanto das Letras  em 17/01/2013
Código do texto: T4089916
Classificação de conteúdo: seguro

PÔR DO SOL




PÔR DO SOL
Ysolda Cabral


Suavemente vou levando a vida
Sem ira
Suavemente vou inventando a lira
Sem rima
Suavemente vou sentindo a dor
Do amor
Suavemente vou contando as horas
Sem medo
O dia já vai morrer
Não ligo
Outro dia irá nascer
Lhe espero.


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Do meu livro '' Espaço da Ilusão''

Recanto das Letras  em 17/01/2013
Código do texto: T4089909
Classificação de conteúdo: seguro

SOL MAIOR





SOL MAIOR     
Ysolda Cabral


Queria estar com você
Jogando conversa fora
Ou cantando uma canção
Suave e apaixonada

No violão o sol maior
Em ritmo compassado
Acompanhando a minha voz
Soltando todas as amarras

E nesse momento então
Roubaria um beijo seu
E faria você pensar que foi você
Quem roubou um beijo meu

Se você percebesse a minha peraltice
Eu me sentiria amada com sua risada
E lhe deixaria também roubar
Meu coração e minha alma

Mas isso não seria possível
Posto que, desde que existo
Tudo em mim sempre foi seu
Você não percebeu?

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Recanto das Letras  em 16/01/2013
Código do texto: T4088109
Classificação de conteúdo: seguro

SOPRO AO VENTO



SOPRO AO VENTO
Ysolda Cabral

  
Vento forte,
Por favor não seja áspero!

Não machuque o rosto do meu amado,
Quando ele caminhar apressado.

Vento forte,
Não seja bobo!

Pode lhe contar todos os meus segredos,
Sem nenhum receio...

Vento forte,
Não seja impiedoso!

Fale tudo o que quiser,
Só não lhe conte coisas tristes
E liste:

Por onde andei e com quem falei;
O que senti e o que pensei;
O que vivi e ainda vivo...

E, se morri...
O amor que sinto,
Veio comigo.

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Do meu livro '' Espaço da Ilusão''
Recanto das Letras  em 16/01/2013
Código do texto: T4088032
Classificação de conteúdo: seguro

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

FORÇA ESTRANHA



FORÇA ESTRANHA
Ysolda Cabral


Quando a força lhe faltar,
Não se preocupe e nem se amedronte,
Pois a reserva interior é tão grande,
Que, dependendo da circunstância,
Vem à tona inteira e com  tanta ânsia em ajudá-lo
Que se lança de dentro para fora a envolvê-lo
Num abraço protetor, autêntico e forte...

Mesmo que muitas vezes seja precipitada,
Equivocada... Destemperada... Alucinada...
Nada a impede de acontecer.
E, sem se incomodar,
Se com tanto, irá machucá-lo,
Ao invés de ajudá-lo,
Vem, contudo, pra fora de você,
Disposta até a guerrear.

Às vezes até se reprime,
Só por instante...
E, quando sem ação, ficamos,
Surpreendemo-nos com sua determinação estranha...
E deixamo-nos envolver
Anestesiados e tontos...

Nem percebemos o estrago,
Que muitas vezes faz acontecer...
Ponderar não é a solução,
Vez que ela se jogará,
De volta pra dentro de você.
O que fazer?
Entender o quanto poderosa ela pode ser.


**********

Meu amigo,

Esta é pra você que, neste momento, precisa de toda a sua força interior.

ABAIXO COMENTÁRIO LINDO E MUITO ESPECIAL PARA MIM. 


15/01/2013 19:22 - oklima
A lágrima mais doída, ó musa minha, é a que ñão desponta no olhar e nos fica amargando o peito. É uma lágrima sem jeito de disfarce, que se revela nos lábios trêmulos e nos cabelos degrenhados, que poreja sal em torno à testa, que nos leva a prender as mãos, uma na outra, fingindo ser prece. E quando vem de dor de nós não decorrente, mas do amor que a gente sente por quem a reclama, ela não rola e nem brilha, tão somente se ajunta e se agrupa com outras mais para nos sufocar a garganta. De todo o coração eu te agradeço pela prece. Te amo muito. Odir


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* Do  meu livro Apenas Poesia – pág. 48

Recanto das Letras em 15/01/2013
Código do texto: T4086411
Classificação de conteúdo: seguro

PRECISO DE FANTASIA




PRECISO DE FANTASIA
Ysolda Cabral

  
Está chegando o Carnaval,
Será que vou precisar de fantasia?
Que tal odalisca, cigana.
Bailarina ou colombina?
Hum... Não sei...
A dúvida é mesmo cruel
Não precisa ser bonita.
E, sim, fenomenal!

Que nela não caiba desengano,
Tristeza ou decepção.
Que traga de detalhe
Um mínimo de verdade, alegria,
Pureza e emoção.

Emoção que saiba chegar
Devagarzinho, para não assustar.
E assim permanecer e se perpetuar,
Sem risco de ferir ou matar
Uma foliã despreparada,
Por não ter tido tempo
Nem oportunidade de brincar...

Brincar de verdade,
Sem preocupação, culpa ou saudade.
Apenas com muita vontade de pular, ousar,
E, se encantar...
Por algo que ainda,
Quem sabe,
Não poderá chegar?

O Carnaval é assim...
Sempre traz sonhos e planos,
Para se fugir da realidade
E, assim, se ter um pouco de total felicidade.
Mesmo que nunca mais se possa,
Ser outra vez feliz de verdade.     
                               
 **********

Do meu livro '' Apenas Poesia'' pág. 113.

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Recanto das Letras  em 15/01/2013
Código do texto: T4086064
Classificação de conteúdo: seguro

YSOLDA CABRAL & ANA FLOR DE LÁCIO



SONHO DESFEITO
Ysolda Cabral


É dor imensa no peito
Com nó na garganta da alma
Vontade de sair tonta
A esmo... Troncha
Capenga e manca

E, no entanto,
Sentindo a esperança
No peito da alma
Ainda a bater com ânsia

Sonho desfeito
É dor profunda
Que vem em onda
Numa turbulência
Violenta e santa

Revolta dentro da gente
Doendo tanto
Até mais que tanto
Fazendo arder
Como chama

Um espaço vazio
Queimando
E suas cinzas
Ficam acesas
Destruindo
Todo o resto de calma
E de uma lucidez insana

Sonho desfeito é agonia
Com sorriso nos lábios
Colados
Calados
Selados
Não enganados
Não desesperados
Agoniados mesmo

Colagem de desespero
Plantada no peito
Poderosa e santa

Quando benta
Arrebenta
Sem mostrar a cara
E mesmo assim não alcança
A perfeita harmonia
Que deveria estar na sua aura

Sonho desfeito
É dor profunda
Danada de doída,
É fria e é calculista
Fere pra ficar
Sangrando por dentro
Sem nunca mais parar

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Abaixo, indriso interação, de uma das mais talentosas e respeitadas poetisas deste RL, a qual tenho orgulho de dizer MINHA AMIGA.


SONHOS REFEITOS
Ana Flor de Lácio

São alva espuma do mar,
Os rendados sonhos refeitos,
Que trazes na pureza do olhar!

Ondulam vastos horizontes,
 Em belo e terno navegar.
 São estrelas, fados e fontes!

 Em teus sonhos o amor amanhece
 E neles a tua vida acontece!

**********

Obrigada, minha amiga querida!
Amo você, de verdade!

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Recanto das Letras em 11/01/2013
Código do texto: T4079446
Classificação de conteúdo: seguro