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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PURO DESLUMBRAMENTO




PURO DESLUMBRAMENTO
Ysolda Caabral


Sabe aquele deslumbramento
de quando a lua cheia desponta no horizonte,
fazendo o Mar ficar quentinho e quietinho
para não atrapalhar o grande acontecimento
e a gente também paralisa para dar a Lua as boas vindas
e a noite chega nos fazendo acreditar tudo ser possível?

Sabe aquele deslumbramento
do primeiro vestido justinho, agarradinho
às formas do corpo da menina-moça
quando ela enrubesce ao se olhar no espelho
desejando, por intuição, que o primeiro beijo
vá aos píncaros do Céu da sua boca?

Sabe aquele deslumbramento
do primeiro baile, da primeira dança
bailada juntinho com elegância e gosto,
porém sem deixar colar no ser amado o rosto
segurando-lhe o desejo de ir adiante
mesmo muito a contragosto?

Sabe aquele deslumbramento
do primeiro olhar, da primeira declaração
quando, dos sentidos, só a visão e a audição
fazem disparar o coração e o tato, e o olfato
exigem ter seus valores reconhecidos,
E sem permissão se exibem?

Pois é!...
Tudo isso comigo acontece
quando penso em você
ou você diante de mim aparece. 


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Praia de Candeias-PE
Mareando sorrisos e passarinhos
25.11.2014


domingo, 23 de novembro de 2014

CONTAS DO COLAR



CONTAS DO COLAR 
Ysolda Cabral


Nas contas do colar...
O azul do Mar não confunde
as atitudes prenotadas.

Nas contas do colar...
Suor, restos de perfume,
beijos e digitais apagadas.

Nas contas do colar...
Alento e queixume.
Tristes decisões tomadas.

Com as contas do colar
sobre os seios arfantes, sem costume,
ela continua a sua caminhada...



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

NO MAR DA EMOÇÃO




NO MAR DA EMOÇÃO
Ysolda Cabral


O dia azul e branco sorri pra mim.
Paira no ar lindo beija-flor querubim.
Não existe mais abandono no jardim!

A água do Mar desliza em meu corpo...
Claro que é salgada! Parece-me tão doce!
Lembro do Mar Morto, de fato lago e alago
de emoção negando qualquer desgosto.

Finjo ignorar ou compreender
o incompreensível sem nada dizer,
pensando em nada mais acontecer...

O Vento sopra os meus cabelos
carinho, amor, poesia e muito zelo.
Divago em águas claras, plácidas...
Ainda sinto saudade e não entristeço.

A água a deslizar em meu corpo;
não é água do Mar do Sul e nem do Norte!
É água da Vida renascida após súbita morte.

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Praia de Candeias-PE
Numa sexta-feira azul!
21.11.2014 


terça-feira, 4 de novembro de 2014

A SOLIDÃO SUMIU




A SOLIDÃO SUMIU
Ysolda Cabral


Do corte no pé escorre o sangue.
A ferida é dolorida e sem curativo,
só me resta torcer para que estanque.

As marcas deixadas pelo caminho,
não valem nada! Nenhum lance...
Lembram apenas solidão e desalinho.

Sofrendo numa manhã de domingo,
dentro deste apartamento vazio,
sinto a falta de um bom e fiel amigo.

E pondero:
Será que minha filha tem razão
quando diz que é preciso ter um cão?

Ah filha! Não se anime não, viu?
De trabalho, e dobrado, abro mão.
Só de pensar a solidão sumiu!