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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

CURSOR,LÁPIS OU BATOM



CURSOR, LÁPIS OU  BATOM
 Ysolda Cabral
  


Procuro o cursor na tela do computador.
 Ele simplesmente desapareceu...

 Preciso de vela!
Alguém me dá uma vela?
É que esqueci os comandos.
Ah! Meus mandos e desmandos!

Como irei compor um poema?
Ou uma poesia, seja de que tipo for,
Sem o mouse, sem o cursor?

Procuro um lápis, um papel...
Nada acho, nada encontro.
 Fico em desespero, pinel!

E agora como vou dizer do amor
Que me ajuda a viver?
Que me manda poesia
Como se poesia fosse flor?

Ah! Minha bolsa...
Quebrei o cursor do fecho-ecler?!

- Preciso me benzer -

Minha mão sangra...
Não ligo, não lavo e nem desisto!

Preciso do meu batom!
Cadê o meu batom?
Ele há de servir para escrever
No jeans desbotado que estou usando;
Ou na minha blusa de meio tom:
 Estou de saudades em pedaços! 

Mas, o batom também não acho...

Recorrer ao meu sangue
É uma possibilidade...
- Mais que paixão! -
Porém, o sangue estancou em minha mão!

Até abrir o corte eu poderia e faria, 
Se fosse para compor uma poesia
Que ganhasse de vez teu coração.

**********

RL em 31/10/2012
Código do texto: T3961831
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DANADA DA VIDA



Revendo alguns textos do blog '' Apenas Ysolda''  (um), encontrei o texto abaixo, publicado em  22.11.2005, (3a feira, também) e dei muita risada. Resolvi trazê-lo para cá, apenas pra lhe divertir.
  
DANADA DA VIDA
Ysolda Cabral
  
Hoje estou danada da vida, e, quando estou assim é melhor não chegar perto. Que droga é essa de vida que achamos que levamos, quando é ela que nos leva para onde bem quer e entende? Hoje não tenho ilusões, nem sonhos e nem objetivos. De que adiantaria?

De que serve todas as experiências, ciências, querências, reticências, eloqüências?

Tudo continua de qualquer jeito do mesmo jeito, sem direção e sem rumo! Resolvi que vou encará-la da forma que ela, a poderosa vida, literalmente espera: NÃO FAZENDO MAIS NADA, SÓ PARA CONTRARIÁ-LA. Vou deixar correr e ver o que acontece.

É que hoje estou danada da vida!

Estou sim! Posso sentir com todas as forças!

E se eu estivesse em pé de igualdade com ela, cara a cara, olho no olho, poderosa, solta, plena e absoluta, daí eu diria: Vai encarar? Pois que venha!

Venha que, estou pronta para lhe dizer que não adianta querer me levar por ali, pois só vou por onde eu quiser ir. Não adianta me dizer o que é certo ou errado. Tudo é questão de interpretação, de situação, de liberação, de evolução, de constatação e de eliminação. Isto me serve e isto não! E Isto é questão de: E S C O L H A.

E, quando ela quisesse impor a sua vontade, eu diria NÃO!

Não vou sofrer agora
Não vou chorar agora
Não vou deitar agora
Não vou caminhar agora
Não vou falar agora
Não vou morrer agora
Agora não é hora!

A hora quem vai regular sou eu!
Eu, Senhora do meu destino.
De todos os relógios, biológicos,
Oticos e óbvios.

Senhora do meu caminho,
Senhora do meu coração,
Senhora da minha querência.

É que hoje estou danada da vida!

Então posso tudo:

Posso não fazer nada
Posso não falar nada
Posso não querer nada
Ou
Posso querer tudo...

Dançar um iê iê iê...
Uma valsa... Um Tango...
Pagode, não!
É muita ação e hoje estou sem noção.
É questão de ritmo e não de discriminação

Sou mais que canção... Sou Ação!

Posso até voar, se eu quiser. Ou não!

É que hoje, especialmente hoje:

ESTOU, APENAS, DANADA DA VIDA!

**********

RL em 30/10/2012
Código do texto: T3959599
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

TEMPO DO CORAÇÃO




TEMPO DO CORAÇÃO
Ysolda Cabral


Ao compasso do meu coração,
Ameaçado pela emoção,
O tempo é incerto.
Protesto já que isso eu detesto!

Repleto de saudade e de amor,
Meu coração enlouquecido de dor
Não quer ficar calado e nem parado.
Contudo, não mendiga amor.

Meu coração é tão  acolhedor!
E, mesmo quando se engana
Ele se mortifica e abriga,
Com carinho, o sonho enganador.

Meu coração é mesmo sem vergonha.
Continua a lhe querer junto a mim.
Matando ou morrendo não barganha,
Ele insiste em querer você aqui.

********** 
RL em 29/10/2012
Código do texto: T3958153
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domingo, 28 de outubro de 2012

ROSTO SEM COR





ROSTO SEM COR
Ysolda Cabral


Terra vermelha
Poeira
Avermelhando a cana caiana
Manchando o verde esperança

Folhas em agonia
Em ânsia
Que o Vento não pode
Ou não alcança mais

Céu Azul em ira se fecha
Com (portas) nuvens
Pesadas
Escuras
Estrada acidentada e nua

A chuva cai
Lava tudo
Esquece os ais

Arco-Íris
Colore o Céu
Formando lindo anel

No rosto
Descolorido de cor
A solidão é dor.

********* 
RL em 28/10/2012
Código do texto: T3957166
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PARAÍBA - MOMENTO DE REFLEXÃO




PARAÍBA - MOMENTO DE REFLEXÃO
Ysolda Cabral

  
Com minha filha viajando, sentindo que a saudade e a tristeza queriam tomar conta de mim, resolvi botar o pé na estrada. Até por que adoro viajar sozinha e comigo dirigindo. Precisava aproveitar a rara oportunidade.

A princípio pensei ir para o litoral de alagoas. Depois me lembrei do Por do Sol, ao som do Bolero de Ravel, na Praia do Jacaré, em João Pessoa-PB. Meu coração pulou no peito feliz.

Fiz questão de não levar notebook e nem GPS somente para relembrar os velhos tempos de quando esses equipamentos não existiam e nem por isso eu deixava de ir aonde eu quisesse, sem me perder nos caminhos. Contudo, com esta decisão, terminei por esquecer a câmara digital – achei ruim.

Antes de sair da garagem de casa, selecionei as músicas que queria escutar durante a viagem e deixei os CDs à mão. Coloquei as luvas, – item imprescindível para mim em viagens - o cinto de segurança e rumei ao encontro do lindo Por do Sol que me aguardava.

Infelizmente, o trânsito infernal do Recife, me roubou quase uma hora até chegar à BR 101, para começar a viagem propriamente dita.  Não me estressei, nem quando o Céu de repente fechou na divisa de Pernambuco com a Paraíba, e, uma chuva forte desabou lavando a plantação de cana de açúcar, avermelhada pela poeira da terra daquela região. Acho que foi de propósito só para que eu pudesse esverdear o olhar.

- Que coisa mais bonita!

No horizonte, bem à minha frente, o Arco-íris segurava graciosamente os dois Estados em suas extremidades. 

Cheguei à Praia do Jacaré quando o Sol acabara de deitar no leito do rio e sua canção de ninar - o Bolero de Ravel - já silenciara.

Em meio ao burburinho de gente de todas as idades e lugar, me senti um tanto decepcionada, traída... O que custava o Sol me esperar um pouquinho?

Andei pela feira de artesanato, sem me deter em lugar algum.

Resolvi afogar a decepção com uma coca-cola zero, hiper gelada e entrei no FlipperBar (antigo Golfinho), onde fui recebida com alegria e muita simpatia, pelo jovem casal de proprietários, Daniele e Edmilson Carvalho Leite que, mais que depressa, me convidou para ficar e participar do ''Momento de Reflexão'', o qual aconteceria dali a instantes, me garantindo, inclusive, ser um momento tão belo quanto o acalanto para o Sol dormir.

E, entre a conversa com a belíssima e simpática Daniele, uma e mais outra coca-cola zero, fui ficando e cada vez mais gostando. Enquanto isso, no palco do restaurante/bar, acontecia um verdadeiro show da Banda ''Forró Pegada Boa'', cujo repertório me impressionou pelo bom gosto e pela bonita e afinada voz do cantor Marcelo.

Com meus botões pensava: mas que terra de gente talentosa!  Lembrei dos poetas Ângela Rolim, Jamaveira, Luciê Ramos e Odir Milanez... (Por ordem alfabética. De preferência seria muito difícil.)

O Tempo já vestido de noite, enfeitado por uma Lua discreta no Céu de poucas Estrelas, me dizia estar na hora de ir uma vez que, estava sozinha, numa cidade estranha, e, ainda, precisava descobrir o caminho até o hotel reservado para o merecido descanso das emoções do dia, da viagem e da alegria de fazer novos e generosos amigos.

A gentil e bela Daniele havia me dito que o ''Momento da Reflexão'' aconteceria a partir das 18 horas. Porém, como a Ave Maria seria executada apenas pelo famoso saxofonista Jurandir em todos os bares e restaurante do local, o nosso seria o último.

Foi quando o seu esposo, ao tomar conhecimento da minha necessidade de ir embora, mas que depressa pediu a um dos seus funcionários que fosse correndo chamar o artista, para que ele ''furasse'' a ordem de apresentação e viesse fazer a do FlipperBar.

Fiquei realmente emocionada diante de tanta gentileza e consideração, para com uma pessoa que eles nem conheciam... Tentei impedir que o funcionário cumprisse a ordem, mas ele já saíra em disparada.

Enquanto isso no palco Marcelo dava continuidade ao show.

Não deu nem cinco minutos e lá chegou Jurandir com seu sax.  A banda parou, na canção pela metade. Todas as luzes foram desligadas.

E, na escada, entre o Céu e a Terra, com fundo do Rio e do Mar, iluminado por efeitos especiais de luzes e fumaça que simulava nuvens; se ouviu, de um Anjo de Verdade, o solo da Ave Maria.

No  término da apresentação ele veio até mim e me perguntou se eu havia gostado de sua apresentação. 

Não foi possível lhe responder com palavras, lhe respondi com um beijo molhado de lágrimas, em sua face corada da correria de um dia feliz.
  
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RL em 28/10/2012
Código do texto: T3956674
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sábado, 27 de outubro de 2012

DEIXAR DE SER O NADA



DEIXAR DE SER O NADA
Ysolda Cabral

 
Hoje estou fardo de mim.
Um fardo tão pesado
Que me sinto assim:
Capenga e mal acabada,
Com vontade de sumir.

Que vida mais sem graça!
O desencontro sempre me acha!
Vale a pena viver assim?

Vou embora e vou agora.
Para onde eu não sei.
Ah, saudade senhora,
Em ti não reparei!

Que vida desgraçada!
Uma hora é alegria,
Outra é tristeza que mata!

De desgraça já chega!
Já basta!

Vou embora de você,
Que nunca gostou de mim,
E nunca soube me ter.

Vou me fazer outra vez bonita,
Sorriso escondendo lágrima.
Botar o pé na estrada
E deixar de ser  o nada. 

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RL em 27/10/2012
Código do texto: T3954827
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SEGUINDO O CAMINHO



 SEGUINDO O CAMINHO
Ysolda Cabral


Num momento de pura descrença,
Duvido até da minha existência.
Olho para mim com indiferença,
Atropelada pela falta de vivência.

Mesmo assim sigo pra lugar nenhum.
No coração a certeza, em baticum,
De que não sou urtiga, nem espinho
D’alguma flor a espreita no caminho.

E vou... Vou por íngremes caminhos,
Sem  sorriso de alegria, de carinho...
Ao ritmo das canções que trago
De momentos bons e amargos.

E quanto ao desejo que ficou,
Rezo o ''Creio em Deus-Pai'' com fervor.
Assim, me sinto absolvida do pecado.
Levanto a cabeça, estufo o peito e vou.

É assim que também sou.
 
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RL em 27/10/2012
Código do texto: T3954651
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BORDANDO EM VERSOS


BORDANDO EM VERSOS
De: Ysolda Cabral



Com amor bordei uns versos,
Na noite em pontos diversos.
Porém, com muito cuidado,
Pensando em não magoá-lo.

Linha de dor e de lágrima,
Quebrava a todo o momento.
Mas eu não dizia nada.
E o bordado se fazia em tormento.

O meu sofrimento era tanto
Que me cobria de pranto.
Na noite de frio e chuva,
Eu pensava amor sob a lua.

Alinhavei versos na noite escura,
Usando todas as cores.
Umas translúcidas, nuas...
Outras densas como as dores.

Do pano de fundo tirei os ídolos,
 A tristeza e a solidão.
 O bordado ficou bonito,
Alegrou-me o coração.

Ao ficar pronta a minha obra,
Pensei em me dá uma nota...
E, como nela havia um vulto
Sozinho indo embora...
A nota que me dei foi a de luto.

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RL em 25/10/2012
Código do texto: T3952082
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DESPEDIDA



DESPEDIDA
Ysolda Cabral

  
Apesar das diferenças, das desavenças,
Dos desencontros e da minha emoção;
Amo você de todo o meu coração.
Mas, no nosso amor perdi a crença.

Aquela crença de com você ser feliz.
E, considerando que você nada diz;
Vou embora e desta vez não voltarei.
Argumentar, te procurar? Não farei!

Vou fazer o que você sempre quis.
Se sentir saudade, esqueça!
Não quero viver por um triz.

Queria você somente pra mim...
Você fez confusão e não acreditou.
Agora é tarde! Vou embora, e, fim.

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RL  em 24/10/2012
Código do texto: T3950192
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LOUCA REFLEXÃO



LOUCA REFLEXÃO
Ysolda Cabral
  

Por vezes permitimos que a nossa mente divague à própria vontade. Nessas perigosas concessões é natural que ela abuse da liberdade e extrapole. Quando isso ocorre fica difícil trazê-la de volta aos termos de antes, posto que, ao conhecer o seu poder ilimitado, não aceita voltar à condição de antes.

É aí que tudo se complica... Ou, você vive a realidade, a sua realidade, ou vive do sonho que quer viver a sua mente. E minha mente, hoje, se recusa, veementemente, a viver a realidade.

Compreendo suas razões, até porque a realidade hoje é complicada, insólita, injusta, incompreensível e repleta de não sei nãos.

Ah, essa minha mente! Ontem queria deixar de perceber qualquer sentimento e hoje sonha viver todos eles.  O que devo fazer com a minha mente?

Considerando que, nas duas opções, minha mente corre o risco de se perder no mais profundo vazio do nada; deixo que ela viva realidade ou que divague à própria vontade?

Em toda essa louca reflexão o meu coração, de Tum, Tum atrapalhado, aguarda para saber se retumba ritmado ou silencia definitivamente.

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RL em 24/10/2012
Código do texto: T3950001
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SONHO DE UM



SONHO DE UM
Ysolda Cabral


Tarde de domingo... Indo!
Sinto saudade da saudade
Que eu sentia em tardes assim,
Quando sonhava você aqui.

Tarde de domingo e chuva...
Chuva fina, fria...
O silvo é do Vento.
Tarde cinza em mim,
Brama acalento.

Pedaços de lembranças,
Pedaços incomuns
De sonho de apenas um.

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RL em 21/10/2012
Código do texto: T3944985
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sábado, 20 de outubro de 2012

PENSANDO EM VOCÊ


PENSANDO EM VOCÊ
Ysolda Cabral

 
Pensando em você...

Quase virei zumbir.
Fiquei quase sem dormir.
E, nos cochilos que dei,
Com pesadelo acordei.

Pensando em você...

Deixei de sorrir,
Chorei  tristezas,
Deixei de ser fortaleza.

Pensando em você...

Outro dia amanheceu.
É a vida que se renova,
Igual e diferente feito prova
Pra marcar da espera a hora.

Pensando em você...

Sinto-me tão vulnerável!
Ah!Versos de improvisos,
Vocês me fizeram endoidecer.

Pensando em você...

Hoje não é  sexta-feira...
Não tem importância!
Espero você,
Em qualquer dia da semana
E pela vida inteira..

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Recanto das Letras em 20/10/2012
Código do texto: T3942356
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CORAÇÃO EM BEMOL



CORAÇÃO EM BEMOL
Ysolda Cabral

 
A espera de um novo poema
Meus dedos carentes e ansiosos
Voam pelo teclado.

Vez ou outra pairam,
Avaliam a altura, o espaço...
E, como corpo fosse o teclado,
Meus dedos caem
Bem na palma da tua mão.

- O que faço?

Uma música nos envolve.
De repente estamos dançando
Juntinhos numa tecla de salão
Salão de uma letra só...

Ah...! Há no ar do por do sol
Um coração teclando em bemol,
Bem na ponta dos dedos de minha mão,
Letras de tristeza, dor e solidão

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Recanto das Letras  em 19/10/2012
Código do texto: T3941494
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TRACEI O RISCO



TRACEI O RISCO
Ysolda Cabral


Janelas abertas...
Espio a vida.
Não me anima o que vejo.
Tanto desamor e desalento
Descortinados pelo Vento!

Penso...
Sei que existo!
Insisto, pisco, não vacilo.
Sigo de encontro ao Vento,
Vento forte e frio...
Atrevo-me!

Atrevimento é coragem
E questão de  escolha.

A consciência disso...
Dá-me orgulho e alento.
Sem arrependimento!

Risco, lágrimas, risos...
Verdades e mentiras...
Improvisos... Um misto.

Talvez de misticismo
Ou cisma leve...
De credo eu me visto.

Rezo e me benzo,
Não sou besta!
Tenho senso e pudor.
Sou puro amor.
Eu sei disso!

Espio a Vida...
Ela em mim é mais bonita!
Recolho-me e esqueço.  

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Recanto das Letras em 19/10/2012
Código do texto: T3940659
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A FORMIGUINHA E O CUSCUS



A FORMIGUINHA E O CUSCUZ
Ysolda Cabral

  
Mamãe faz cuscuz e ovinho!
Ah! Meu bebê você está me enrolando
Pra ficar na cama mais um pouquinho.
Mas, está bem! Vou fazer e é pra já.

Pego a panela, coloco água,
Ponho no fogo e preparo a massa:
Um pouquinho de sal, um copo d’agua,
Coloco pra descansar.

Enquanto espero...
Lá está ela! Uma linda formiguinha
Toda feliz e faceira a me olhar.

Também olho para ela e pergunto:
Que fazes aqui, ó criatura?
E aviso: o cuscuz é da minha filha.
Mas, posso um pedacinho te dar.

Ela me olha toda feliz da vida
E como quem senta pra ser servida,
Fica quietinha a me esperar. 

Tudo pronto, assobio:
O cuscuz vai esfriar!
A formiguinha me olha,
- Agora não tão contente -
Como quem diz: deixa ela pra lá!

Não desisto!  Yauanna chega.
Sirvo-lhe o cardápio pedido.
Então procuro a formiguinha...
Triste constato ter ido embora.
Sinto que foi pra não voltar...


**********

Para minha eterna menina.


Recanto das Letras  em 18/10/2012
Código do texto: T3938874
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