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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PURO DESLUMBRAMENTO




PURO DESLUMBRAMENTO
Ysolda Caabral


Sabe aquele deslumbramento
de quando a lua cheia desponta no horizonte,
fazendo o Mar ficar quentinho e quietinho
para não atrapalhar o grande acontecimento
e a gente também paralisa para dar a Lua as boas vindas
e a noite chega nos fazendo acreditar tudo ser possível?

Sabe aquele deslumbramento
do primeiro vestido justinho, agarradinho
às formas do corpo da menina-moça
quando ela enrubesce ao se olhar no espelho
desejando, por intuição, que o primeiro beijo
vá aos píncaros do Céu da sua boca?

Sabe aquele deslumbramento
do primeiro baile, da primeira dança
bailada juntinho com elegância e gosto,
porém sem deixar colar no ser amado o rosto
segurando-lhe o desejo de ir adiante
mesmo muito a contragosto?

Sabe aquele deslumbramento
do primeiro olhar, da primeira declaração
quando, dos sentidos, só a visão e a audição
fazem disparar o coração e o tato, e o olfato
exigem ter seus valores reconhecidos,
E sem permissão se exibem?

Pois é!...
Tudo isso comigo acontece
quando penso em você
ou você diante de mim aparece. 


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Praia de Candeias-PE
Mareando sorrisos e passarinhos
25.11.2014


domingo, 23 de novembro de 2014

CONTAS DO COLAR



CONTAS DO COLAR 
Ysolda Cabral


Nas contas do colar...
O azul do Mar não confunde
as atitudes prenotadas.

Nas contas do colar...
Suor, restos de perfume,
beijos e digitais apagadas.

Nas contas do colar...
Alento e queixume.
Tristes decisões tomadas.

Com as contas do colar
sobre os seios arfantes, sem costume,
ela continua a sua caminhada...



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

NO MAR DA EMOÇÃO




NO MAR DA EMOÇÃO
Ysolda Cabral


O dia azul e branco sorri pra mim.
Paira no ar lindo beija-flor querubim.
Não existe mais abandono no jardim!

A água do Mar desliza em meu corpo...
Claro que é salgada! Parece-me tão doce!
Lembro do Mar Morto, de fato lago e alago
de emoção negando qualquer desgosto.

Finjo ignorar ou compreender
o incompreensível sem nada dizer,
pensando em nada mais acontecer...

O Vento sopra os meus cabelos
carinho, amor, poesia e muito zelo.
Divago em águas claras, plácidas...
Ainda sinto saudade e não entristeço.

A água a deslizar em meu corpo;
não é água do Mar do Sul e nem do Norte!
É água da Vida renascida após súbita morte.

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Praia de Candeias-PE
Numa sexta-feira azul!
21.11.2014 


terça-feira, 4 de novembro de 2014

A SOLIDÃO SUMIU




A SOLIDÃO SUMIU
Ysolda Cabral


Do corte no pé escorre o sangue.
A ferida é dolorida e sem curativo,
só me resta torcer para que estanque.

As marcas deixadas pelo caminho,
não valem nada! Nenhum lance...
Lembram apenas solidão e desalinho.

Sofrendo numa manhã de domingo,
dentro deste apartamento vazio,
sinto a falta de um bom e fiel amigo.

E pondero:
Será que minha filha tem razão
quando diz que é preciso ter um cão?

Ah filha! Não se anime não, viu?
De trabalho, e dobrado, abro mão.
Só de pensar a solidão sumiu! 



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

NÃO SEI




TAMBÉM NÃO SEI
Ysolda Cabral


Por que razão nós dois brigamos tanto?...
Tu não sabes dizer. Também não sei.
Eu só sei que te amo. Mas, meu santo,
nas vezes que brigamos não briguei!

Da voz do vento vem o acalanto
que nos acalma, e a calma vira lei.
E a lei do amor nos cobre com seu manto,
calando o que falaste e o que falei.

Entre cálidos beijos, os abraços
que nos damos são puros como a flor
quando deita dos ventos nos regaços.

Um ao outro nos damos mais amor.
Na voz do vento há paz, e em seus espaços
esquecemos das brigas toda dor!

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Praia de Candeias-PE
Em 30.10.2014
5a.Feira 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

CANÇÃO EM TOM MAIOR



CANÇÃO EM TOM MAIOR
Ysolda Cabral


Minha alma vibra,
meu coração não dribla.
e, assim, repleta de amor,
continuo pela vida.

Até o meu amado;
aquele que inventei,
usando você de protótipo,
sorri e mexe comigo.

Me faz um carinho,
diz o quanto estou bonita...
É que hoje sou poesia!

E, sob lindos raios de sol,
componho esta canção,
em tom maior;
em pleno raiar de mais um dia.

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Praia de Boa Viagem - PE
Linda e perigosa,
não vi um banhista! 
Que coisa triste e horrorosa! 
5a.Feira 16.10.214


terça-feira, 7 de outubro de 2014

MINHA RIVAL




MINHA RIVAL 
Ysolda Cabral 


Da cor marfim enluarada,
em louça lisa e aveludada,
minha rival a todos encantava, 
enquanto, indiferente a toda gente,
ia sendo desnudada.

Fiquei ali parada, indignada! 
O meu amado, arfante, se encantava
por uma perfeita desavergonhada!
Chamei-lhe a atenção e fui ignorada.

Comecei a me descabelar... 
Cheguei a chorar de tanta raiva, 
mas o meu amado nem ligava! 
Fiquei muito, muito decepcionada...

Sai dali correndo, feito louca desgovernada, 
até que, de mim bem perto, escutei uma risada...
Era ele, que divertido me perguntava
se era normal sentir ciúmes assim
por um mudo, mouco e cego manequim.

Aliviou-me o coração.
Não é que ele tinha razão?


AO ENCONTRO DO NADA




AO ENCONTRO DO NADA
Ysolda Cabral



Dia claro, Céu azul... Pelas calçadas as pessoas passam para lá e para cá. Quase ninguém se olha ou cumprimenta. Está todo mundo ligado no mundo virtual que trazem nas mãos. A alienação é tanta que, faz perder o receio dos larápios, em tocaia permanente, nas esquinas das ruas e avenidas da cidade. E o dia tão lindo que ninguém se dá conta, passa lentamente. A sensação que tenho é de que a vida está sendo desperdiçada. Fico triste a pensar no que poderia fazer e tento algo...

Assoviando, sofrivelmente,convoco os pássaros da redondeza, os pombinhos, as corujas, os gatos, os cachorros, até a brisa do Mar para, em uma ação conjunta, fazer as pessoas se darem conta daquilo que perdem e voltarem à vida real. Tudo inútil!

Os pássaros estão cansados de lutar pela sobrevivência na selva de pedras, de máquinas e robóticas. Os cachorros e os gatos morrem a míngua esquecidos em minúsculos apartamentos. Alguns bem cuidados, outros muito maltratados. A brisa que vem do Mar, tem cheiro de sargaço podre e lá de cima as nuvens tristes pairam sobre nós.

Penso no sorriso de antes e no máximo daquilo que nunca fui e sonho novo sonho perdido no tempo que não contempla mais nenhuma possibilidade.

É o caos que em mim se instala. Sou fragmento de alma penada, perdida que, fora do tempo de partida, mas apaixonada pela Vida, não sabe se vai ou se fica. Então, deixa o tempo correr ao encontro do nada.

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Praia de Candeias – PE
Quinta-feira de muito Sol
e pouco caso
02.10.2014


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

VERSOS DE AMOR




VERSOS DE AMOR
Ysolda Cabral


Tu que és poeta, cantor passarinho,
que adora cantar, bem baixinho,
belas canções de amor
que já não canta sozinho,
faças a mim um favor!

Hoje, assim que o sol se por
e as estrelas no Céu surgirem
nos restos do azul que findou,
peço-te mais uns denguinhos,
desde que seja em versinhos
sem as tristezas da dor.

Podem até ser versos livres, 
de algum soneto a caminho!
Dentro deles, teu carinho,
num segundo de eternidade,
onde a felicidade, nitidamente, grite
que a gente se ama de verdade!

Mas não vale sair pela tangente,
lançar mão de metáfora reticente
num português perfeito e erudito,
depois compor o dito por não dito,
o que não me fará nada contente...




domingo, 28 de setembro de 2014

VERSOS SOLTOS



VERSOS SOLTOS 
Ysolda Cabral



Tal qual uma flor delicada,
de jardim quase inacessível,
o meu amor floresce saudável e forte,
regado pelos teus versos...

Versos que nada prometem,
mas que a mim entregas,
sem vacilar, dentro do nada que sou,
e me fazem repleta de amor.

Amor puro e verdadeiro,
palpável na medida em que estou,
feito rio nascente de água cristalina,
ansiosa a espera de saciar tua sede.

Feliz a cada dia que em mim nasce,
como brisa que vem do Mar,
trazendo teu abraço, teu canto, teu cheiro;
me sinto tua, sem reservas e por inteiro.

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Praia de Candeias –PE
Porque hoje é sábado
27/09/2014


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Para escutar a música de fundo, acesse o site:


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Publicada no Recanto das Letras 
Em 27/09/2014
Código do texto: T4978098 
Classificação de conteúdo: seguro

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

À ESTAÇÃO PRIMAVERA




À ESTAÇÃO PRIMAVERA
Ysolda Cabral


Repleta de beleza, luz e cores,
apaixona e motiva os beija-flores,
poetiza aos poetas seus amores,
imputando ao inverno os dissabores.

Pássaros cantam alegres e felizes,
aflorando nas flores mais matizes.
As gaivotas capricham nos deslizes,
as nuvens lhes ditando as diretrizes...

Borboletas, cigarras e joaninhas
fazem festas; festejam andorinhas
da estação do amor a longa espera!

Ninguém quer ficar de fora dessa festa.
Não há festa no mundo igual a esta,
a festa dos florais da Primavera!


Praia de Candeias-PE
Em festa pela Primavera
Em 24.09.2014 


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

TUA AUSÊNCIA



TUA AUSÊNCIA
Ysolda Cabral 


Sonolento o dia passa...
Sonolento o sono amassa
a aparência desleixada!
A vida é quase nada...

Angustia dói, entala...
A tristeza arrasa! 
Saudade devasta. 

Terra verde, intacta...
Vasta, ainda casta. 
Nas pedras há cascatas!

Registrando atos em ata, 
facilmente se constata:
Tua ausência me mata! 

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Praia de Candeias-PE
Sob o Sol da Saudade
Em 17.09.2014



terça-feira, 16 de setembro de 2014

SOMENTE AMOR






SOMENTE AMOR
Ysolda Cabral 


Hoje quando o dia caiu suave e cálido,
deixei fluir toda a minha emoção,
advinda da alma e do coração
e me senti regato lírico e plácido.

Emergindo do sentimento diáfano,
com intensa saudade, fiz uma oração
para que o Vento, em consideração,
a ti, de mim levasse um recado...

E o Vento afável e amigo,
tal qual confidente solícito,
prontificando-se, disse:
O que devo dizer ao teu amigo?

Diga-lhe para não ser poeta triste,
nem sonetar da saudade a dor,
posto que ele em mim existe,
existe para ser somente amor.

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Praia de Candeias-PE
No Entardecer de Domingo
14.09.2014



domingo, 14 de setembro de 2014

AMADA, HELZINHO E A OPERADORA DE CELULAR




AMADA, HELZINHO E A OPERADORA DE CELULAR
Ysolda Cabral 



Cedinho da manhã Helzinho viajou a trabalho, prometendo ligar, impreterivelmente, todos os dias. Amada ficou triste, sentindo-se sozinha e muito preocupada, uma vez que ele havia viajado de avião, apesar da previsão de mal tempo. Contudo, independente da cor do céu, o fato era que ela não gostava desse meio de transporte.

Ainda bem que logo teria notícias dele - respirou aliviada. Afinal, havia tido o cuidado de pedir que mudasse o plano do celular para um que lhes desse condições de falarem sem gastos adicionais.

A viagem, considerando o trajeto e mais o tempo de pegar a bagagem, levaria umas seis horas, aproximadamente. Amada, precavida, carregou o seu celular e enviou uma mensagem para todos os seus contatos avisando que, caso precisassem lhe falar, que o fizessem através de sua linha convencional. Feito isto, sentiu-se mais tranquila e se pôs a esperar pela fala daquele aparelhinho, como se a sua vida dele dependesse.

“Como o Tempo é lento em seu caminhar nessas horas de agonia extrema!”- considerou Amada. “E como dói ficar longe e sem notícias da pessoa que a gente ama!”

Sobre a prateleira da estante, à sua frente, um relógio arredondado, ridicularmente retratado com cara de sorriso de sol, persistia em lhe piscar um tique-taque preguiçoso e debochado.

- Quer parar de me provocar? Você é um relógio muito metido! É bom que saibas que relógio que atrasa não adianta! Ele logo estará ligando para mim! E sabe o que mais? Ninguém liga pra você!

Amanda parecia haver endoidecido de vez, discutindo com os relógios: “E você, seu celular inútil e idiota, por que não toca?!”

A contradição era que o relógio andava sem dizer para onde, e o celular, parado, somente assobiava, sem ligarem que já era noite e Amada continuava sem notícias.

Naquele dia não fez absolutamente nada, a não ser esperar que o seu celular tocasse algum chamado. E nem na noite e nem no amanhecer do dia... Claro que o avião não tinha caído e nem sido sequestrado. Nenhuma notícia sobre acidentes aéreos tinha sido veiculada em nenhum jornal escrito ou falado, até então.

Descartado o pensamento de acidente aéreo, Amada chegou à conclusão que Helzinho a tinha trocado por outra muito mais interessante. Essa conclusão a deixou completamente apática e sem motivação para se levantar da cama. Sentiu-se doente, muito doente... Preocupada, pegou o celular e ligou para o seu médico. Ninguém atendeu. Quase que no mesmo instante ele toca. Era Helzinho, aos gritos, perguntando a razão de seu celular estar desligado:

- Não está! 

- Está sim!!!!!!

- Não estáááááááááááááááááá! 

- Você ligou ele agora!!!!!!!!

- Não foiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

- Foi, sim! Estou ligando para você porque recebi, há quinze segundos, a mensagem da operadora: “Ligue agora, eu já estou disponível”! E você jurou jamais mentir para mim!

- É mentira dela!!!!

- Não é!!!!!!

- Eu vou lá agora mesmo!!!!

- Não vá! Fique comigo um pouquinho, que estou morrendo de saudades de você, Amada minha!!!!

- E eu de você, Helzinho!!!!


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

DIA BRANCO



DIA BRANCO 
Ysolda Cabral



Como a noite, amanheceu suave.
A madrugada um pouquinho fria;
ficar na cama era o que eu mais queria.

Na janela do meu quarto uma linda ave.
Pensei ser fruto da minha fantasia…
Mas a ave me desejava bom dia!

Sorri e me levantei... Um impasse:
Pois não é que ainda chovia!
Então a linda ave não existia?

Pensei voltar para cama e…. Salve!
A bendita consciência que irradia
luz, me tirou do sonho da poesia.

Esquecendo o inexplicável entrave,
preparei-me para começar o dia,
aceitando a realidade com devota alegria.


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Praia de Candeias-PE
Em dia de registrar o ponto. 
09.09.2014 ( 3a. Feira)



terça-feira, 9 de setembro de 2014

O AMOR DA MUSA





O AMOR DA MUSA 
Ysolda Cabral


Sublime é o amor da Musa,
que sorri para o seu Poeta,
a cada verso seu e não muda,
mesmo quando ele divaga...

Com calma, aguarda seu retorno
e, com um sorriso no rosto,
esconde a lágrima de medo
de não lhe inspirar novo soneto.

Por vezes ele chega repleto de amor,
de paixão e de desejo. Com desvelo,
a Musa, o acolhe meiga em seu seio...

Sem lhe questionar, esquece a dor,
de saber de todo não tê-lo,
para viver o instante sem receio.

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Praia de Candeias-PE
Em devaneios pelo Parnaso
08.09.2014 ( 2a. feira)


domingo, 7 de setembro de 2014

A VIDA DA JANELA




A VIDA DA JANELA
Ysolda Cabral


O dia chegou devagarzinho,
com o canto dos passarinhos,
muito perfumado pela maresia,
Iluminado de beleza e alegria.

Levantei, alonguei, sorria
ao abrir a janela vendo a vida.
Como estava linda!...
Emocionada, chorei um pouquinho.

Elevei o pensamento agradecida,
respirei feliz a brisa vinda do Mar,
abracei-me ao mundo dando vivas,
afinal, nada tenho a reclamar.

E foi assim que começou o meu dia,
repleto de esperança e alegria,
sentindo-me forte para continuar
a caminhada, sem Dele duvidar!

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Praia de Candeias-PE
Amanhecer de 6a feira
05.09.2014.

sábado, 6 de setembro de 2014

MEU TUDO



MEU TUDO
Ysolda Cabral


A noite está quietinha e calma.
E eu que retinha a minha alma,
rebelde querendo a todo custo,
me deixar meio assim num susto;
estou a refletir sobre o luto...

O luto que hoje a noite traga,
em goles de sereno equivocada,
pelas ruas desertas como um vulto
de olhar perdido, vazio e mudo.
Tudo hoje parece nada!

Na noite quietinha e calma,
eu aqui com a minha alma,
paro na eternidade de um minuto, 
e de amor puro e belo me inundo.
Penso em você... Meu tudo! 

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Praia de Candeias-PE
Noite de 02.09.2014
(Terça-feira) 

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Para ler ouvindo música, acesse:



terça-feira, 2 de setembro de 2014

VERSOS MEUS




VERSOS MEUS
Ysolda Cabral 


Versos que me viram do avesso,
na primeira manhã de Setembro. 
Ah! Quanto tempo não te vejo!

Versos que provocam e dão medo,
Há quanto tempo te desejo? 

Sei que não é cedo!
Te preciso hoje mesmo.

Somos amor, encontro,
desencontro e desespero
no mais tênue aconchego.

Ah, protótipo do sem jeito!
Eu e os meus versos imperfeitos. 

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Praia de Candeias-PE
Na 1ª Manhã de Setembro
2014 

LÁGRIMAS ORVALHO




LÁGRIMAS ORVALHO
Ysolda Cabral 


Lágrimas nunca são em vão
Quando não servem pra nada
Servem para aliviar o coração 
E o sentimento daquele que cala. 

Assim também são as folhas
E as flores que caem pelo chão
Em quantidade muita ou pouca
Adubam a terra para a nova plantação.

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Praia de Candeias-PE

Em 28.08.2014

UMA VENDA, POR FAVOR!







UMA VENDA, POR FAVOR!
Ysolda Cabral



Preciso de venda para não ler
os versos que compões pra mim.
Mas como faço para sem eles viver?
Como faço para deles me perder?

Preciso de venda para não ver
a beleza de tua poesia em mim,
a me fazer facilmente entender
que, a vida sem ela já não pode ser!

Preciso de uma venda e ela deve ser
escura, apertada, bem colada em mim!
Uma venda que não me deixe ter,
nenhuma ilusão a mais neste entardecer.

Mas se por acaso a venda se perder,
no instante que estiveres diante de mim,

sem pensar em café, no novo amanhecer;
muitos mais beijos meus hás de querer. 

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Praia de Candeias-PE
Em noite de saudade
31.08.2014

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Publicado no Recanto das Letras
Em 26.08.2014
Código do Texto:T4937972

domingo, 20 de julho de 2014

YAUANNA



Y A U A N N A
Ysolda Cabral 

Você não erra,
Equivoca-se,
E aprende.

Você não mente,
Atrapalha-se.
E é imediatamente perdoada.

Você é valente,
Não tem medo de nada.

Bem... Pensando bem, só de barata.
- Também, ô bicho nojento!

Você é meu pedaço mais bonito,
Imensamente rico,
De valor inestimável.

Foi colocada
No mais perfeito abrigo,
Até ficar prontinha para sua chegada.

Quando isso aconteceu,
Fiquei totalmente deslumbrada
Com o presente que Ele me deu.

*****

Praia de Candeias /PE
Em reedição para Yauanna,
a filha mais linda que hoje,
sexta-feira, 18.07.2014,
aniversaria!
Parabéns, minha amada filha! 


EU ME ACHO




EU ME ACHO
Yoslda Cabral


Há poesia por todos os lados.
A tristeza e a saudade eu acabo,
compondo versos bobos, engraçados,
somente para fazer sorrir o meu amado.

Há poesia nos rios, mares e lagos.
Na Terra, no Céu... Em outros espaços.
Mas da poesia eu me perco, de fato,
ao ver um passarinho engaiolado.

Não há poesia em fatos
tão malvados e desumanos!
Aves livres, torturantes trancafiados,
para um mundo feliz e apaziguado.

Pergunto-me: o que faço?
Faço versos, é verdade.
Mas os meus versos não calo,
quando canto a liberdade!

Dos seus posseiros não temo a intriga.
Estou pronta para a briga!


Praia de Candeias-PE
Em pé de guerra
14.07.2014

REBOQUE DE BARQUINHOS




REBOQUE DE BARQUINHOS
Ysolda Cabral


Hoje eu trago:
Mãos frias, olhar parado.
Num dia de Sol Nublado.

Traço um dado no papel,
escutando o Bolero de Ravel.

Um lado pinto de alegria,
no outro o verde da esperança.
De repente me sinto criança...

Já o terceiro lado,
pequeno espaço do nada,
deixo vazio...

Chegando no quarto,
jogo o papel pro alto, ligeirinho!
Mas de volta,
como num passe de mágica,
vira reboque de barquinhos.

*****

Praia de Candeias – PE.
Em noite de Lua e Resgate 
10/07/2014


******

Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos vagos....

Para ouvir a música, acesse:

http://oklima.net

Publicado no Recanto das Letras
Em 10.07.2014  

IMUNE À MALDADE


IMUNE À MALDADE
Ysolda Cabral


Com a sensação de asfixia,
Um aperto enorme no peito,
Achando que nada tem jeito,
Busco aquela força e me ergo.

Respiro fundo, sinto o mundo,
Solto o ar devagar até me acalmar,
Livro-me dos maus pensamentos,
E logo me sinto leve a caminhar.

Na deriva desse momento,
Elevei o pensamento,
E me livrei do tormento.

Agora, imune a toda maldade,
Tenho certeza de que, finalmente,
Sou senhora de minha vontade.

*********

Praia de Candeias-PE
Em noite de reedição
11.07.2014


DESÂNIMO



DESÂNIMO
Ysolda Cabral


O nó na garganta da alma desata,
com lágrimas que limpam o meu rosto,
dos restos da maquiagem que uso.

Elevo o pensamento e agradeço a Ele
a compreensão dos meus destemperos.
Sinto de imediato ir embora o desespero.

É que às vezes me dá um desânimo!
Desânimo forte e dos mais intensos.
Aí perco o tino, a linha e blasfemo.

Descabelo-me, choro e me arrependo.
Sei que Ele sabe de tudo e compreende.
É por isso que estou sempre contente.

Por Sua compreensão e paciência, agradeço.
Me arrumo, me aprumo e sigo em frente,
sabendo que essa força não vem de mim.

E novamente agradeço apenas a Ele,
mesmo que, por vezes, me sinta cansada,
questionando as razões de minha estada aqui. 

Sei que é preciso dar a volta por cima,
É por isso que nenhuma tristeza me toma por inteiro.
Ela até tenta! Mas a mando embora ligeiro. 

Então me olho no espelho e minha cara feia 
ilumina-se com o meio sorriso que faço.
Acrescentando uma careta, logo relaxo.

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Praia de Candeias-PE
28.06.2014
Porque hoje é domingo.



sexta-feira, 27 de junho de 2014

LEMBRANÇAS DE MEIO-DIA





LEMBRANÇAS DE MEIO-DIA
Ysolda Cabral


Cheirando a poesia,
tal qual cheiro de maresia,
teu perfume me embriagou.
Naquele meio-dia...

Cheirando a poesia,
o teu abraço de alegria,
sem pensar me aconchegou.
Naquele mesmo meio-dia.

Cheirando a poesia,
o beijo quase nos asfixia,
quando o nosso beijo nos beijou
naquele lindo e perfeito meio-dia.

Cheirando a poesia,
a lembrança daquele meio-dia,
nunca, jamais me deixou! 
Amor assim, quem esqueceria?

******

Praia de Candeias-PE
Em 26.06.2014 
Ysolda 

Uma pessoa pessoa que chora e ri
de alegria, tristeza ou saudade sem pudor.


OLHAR DE ESPERANÇA



À Eugênia Falcão



OLHAR DE ESPERANÇA 
Ysolda Cabral 


Olhar de esperança tanta,
num rosto pálido e assustado,
de lindo véu adornado,
ela me lembra uma santa!

Santa sorrindo na tela,
rezando oração fervorosa,
agradecendo, amorosa,
pela Vida que vê da janela.

Vida repleta de Luz e beleza
no canto d'aves por azuis espaços,
no perfume das flores e nos laços
das nuvens namorando a natureza.

Ah, Meu Jesus! Tanta Luz assim
haveria de abrir da fonte as águas
e lavar desse olhar dores e mágoas,
venturando-lhe a paz perene, enfim...


Recife-PE
Em clima de fé e esperança
26.02.2014


quarta-feira, 25 de junho de 2014

ASAS CORTADAS




ASAS CORTADAS
Ysolda Cabral


Naquele poema solto e vão,
grito desespero e solidão.
Tanta intensidade chocou.
Perdido, ninguém escutou!

Sem destinatário, sem definição,
só desassossego e estupefação.
A certeza de que nada mudou,
apavora a sobra do que restou. 

Na agonia o grito é dor, é aflição...
Pássaro de asas cortadas, em retaliação;
planta sem vida, esquecida estou!
Jazigo da minha poesia eu sou...


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Praia de Candeias –PE
Em noite de chuva forte
25.06.2014 (4ª. Feira)

sábado, 21 de junho de 2014

UM SEGREDO DE FATO


UM SEGREDO DE FATO

Ysolda Cabral


Queria tanto te contar um segredo...
Será que eu devo? Será que eu posso?
Serias capaz de guardar um segredo meu?

Queria tanto te contar um segredo!
É só para isso que por ora te convoco,
para fazer o meu segredo também teu. 

E quando eu te contar,
guardas bem a chave no pensar.
Só a use num soneto que ningém leu!

Pois muito bem... Posso mesmo falar?
Tens certeza? Estás mesmo preparado?
Cuidado! É um segredo de fato.

Fiques sentado para não cair de quatro. 
Um, dois, três... E, agora, lá vou eu:
Sabias que o meu coração é teu?!

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Praia de Candeias-PE
Em 21.06.2014
Porque hoje é sábado.

Para ouvir a música, acesse:


sexta-feira, 13 de junho de 2014

ONDE ESTÁ VOCÊ?




ONDE ESTÁ VOCÊ?
Ysolda Cabral



Dia dos Namorados...
Dia esperado, dia amado.
Dia tão bonito assim!...
Que pena ele chegar ao fim!

Ah! Meu namorado...
Meu mais que amor adorado,
queria estar agora com você,
apenas para lhe dizer:

Eu amo você...
Eu adoro você...
Eu preciso de você...

- Onde está você?

Logo será noite... Sem Estrelas,
sem Lua... Mais uma sem você...
Por Deus, me responda:
Até quando isso vai acontecer?

Dia dos Namorados...
Sem nós e com a voz
embargada pelo pranto,
inutilmente canto:

- Onde está você?

Praia de Candeias/PE
12.06.2014
Ysolda



VERSO PERFEITO




VERSO PERFEITO
Ysolda Cabral


Sou tristeza e saudade,
Sou pensamento de paz,
Sou loucura e infantilidade.

Sou esperança e desilusão,
Sou amor, sem desamor,
Sou sensual... E reflexão.

Sou família e tradição,
Sou pensamento patriótico,
Surreal é minha solidão.

Sou felicidade e alegria,
Sou transcendente na imaginação,
Sou apenas poesia...

E o meu verso mais perfeito,
Afirmo sem nenhum receio:
É você... Meu coração.


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Recife-PE
Em 10.06.2014
Em véspera do Mundial 

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E por falar em versos perfeitos, acabo de receber o comentário, em versos lindos, carinhosos e perfeitos do meu Poeta querido, Odir Milanez - Oklima. Não poderia deixar de vir para cá, de jeito algum! 

12/06/2014 09:49 - oklima


Meu coração se perdeu,
não sei do dia preciso,
só sei que não mais foi meu,
desde que vi teu sorriso.

Hoje ele vive o apogeu
de ser um só, mas diviso.
Não sei o que nele deu,
Para mandar-me esse aviso:

''Eu sei que ainda sou teu,
porém, nos dois, analiso,
que o amor dos dois me venceu:
palpito no paraíso!''

Beijando-te aplausos,

Odir

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Que coisa mais linda! 
Obrigada, querido! 

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Para ouvir a música, acesse:


Ysolda Cabral e Odir Milanez
Publicada do Recanto das Letras 
Em 10/06/2014
Código do texto: T4839366 
Classificação de conteúdo: seguro

VENTO AGOSTIANO E ANGUSTIADO




VENTO AGOSTIANO E ANGUSTIADO
Ysolda Cabral



Finalmente o Vento venceu o Tempo e chegou por aqui com a antecipação de dois meses. Sei do que falo! Não estou variando de jeito algum! E não me venham dizer ser coisa de poeta e não sei mais o quê. Decididamente, não é!

Senão, vejamos: Acordei com o Vento batendo na minha janela, como batem os Ventos de Agosto. Meio assustada e incrédula, dei um pulo da cama e corri para ver o que se passava. - Afinal, nunca tinha visto tanta fúria em um amanhecer qualquer... O Mar não sabia o que fazer com suas ondas, que reclamavam o desalinho a elas imposto, e, quem se aproximasse da praia, levava areia na cara, sem contemplação. As árvores e os coqueiros balançavam que nem loucos, em um cai mas não cai de impressionar!

Lá de cima, as nuvens não formavam nada. Nem opinião! E o Sol, sábio ou covarde , se escondia por trás delas.

Preocupadíssima com os passarinhos, vizinhos meus, apurei os ouvidos e nenhum sinal sonoro deles escutei. Apavorada, perguntei-me onde estava o meu rosário ou o terço e me veio uma dúvida: existe diferença material entre terço e rosário? Sei lá! Não gosto de rezar ladainhas. Gosto de conversar com Jesus. Mas como com Ele conversar em meio a tanto barulho, às 4:40 de uma manhã de sexta-feira qualquer? O terço ou um rosário, até que seria bom. Teria no que me agarrar, caso me visse envolvida nessa oscilação.

Sorri da ideia e uma lágrima, danada de salgada, senti. Aliviada por me saber ainda estar de pé, reuni todas as minhas forças e consegui realizar, embora rastejante, as tarefas matinais, antes do instante de sair de casa para o trabalho.

E saí só sorrisos! Ainda bem que o Vento Agostiano e Angustiado resolveu rumar para outras plagas, deixando o Tempo, ainda incrédulo da derrota, assistir, estático, as andanças do dia. 

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Recife-PE 
06.06.2014
Sexta-feira