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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A CARA DA SEXTA-FEIRA - CRÔNICA


A CARA DA SEXTA-FEIRA
Ysolda Cabral


Sexta-feira com cara de sexta-feira 13 e de agosto, meio dia... Meia vida de um dia chuvoso, frio para os dias de novembro no Recife. 

- Como será à noite?

Há pouco vi pessoas brancas usando roupas pretas e pessoas pretas usando roupas brancas a transitarem pela avenida. Umas indo, outras vindo.

- Achei-as tão esquisitas!

Porque não pessoas brancas com roupas brancas e pessoas pretas com roupas pretas, independente de serem negras ou brancas? Ficaria mais fácil para as colorir de cores alegres, de cores de vida, pelo menos em meus pensamentos.

As caras eram pálidas, tristes, assustadas, incrédulas... Ou seria a minha cara que estava assim?

Sei que não ando muito bem, mas por conta dos meus tendões de aquiles... É que quando a gente chega a certa idade, precisamos ficar atentos ao que podemos ou não podemos fazer... Não convém abusar e eu, quase sem andar, ando abusando. Abusando da minha capacidade de andar e de carregar meus fardos e de tanto lidar com preto e branco...

Preciso de um tempo para descansar, por as ideias e as emoções em seus devidos lugares. Só depois terei condições de ver o que ainda posso carregar, considerando que meus ombros também estão cansados, saturados, somente de carregar minha cabeça, povoada de lembranças que pesam, sobremaneira, sobre os meus ombros frágeis.

Respiro, aspiro e da tela do computador não vejo nada, ou quase nada,,,

Deve ser a frieza que embaça as lentes dos meus óculos...


Recife-PE
29.11.2013
Completando 1.500 textos
no Recanto das Letras
Código do texto: T4591915 
Preciso descansar

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ENGANOS E DESENGANOS





ENGANOS E DESENGANOS

Ysolda Cabral


Coloquei o título acima e nem sei a razão... Mas, sei! Antes eu não sabia nada e vivia enganada. Quando desenganava vinha a dor do desengano, que me maltratava pra caramba! Só acabava quando acontecia outro engano e assim as coisas iam, e iam, e iam...Contudo, depois da conversa que tive ontem com a minha amiga, mais que linda e mais que loira, Rosy, a luz se fez! Agora sei que sei de tudo. Pois é! Não é por acaso que as coisas acontecem. Às vezes eu ficava pensando qual a razão da bela amiga de olhos verdes, que cisma de tê-los azuis, ter vindo trabalhar na mesma divisão que eu.

Ontem eu estava meio '' Assim,Assim''... Ela mais que depressa puxou conversa comigo. E, conversa vai, conversa vem, conversamos sobre um monte de coisas... Casa, trabalho, filhos... Até trocamos opções de cardápios para regimes milagrosos! Até que ela começou a falar de amor...

O amor que ela sente pelo atual marido. Eu pude constatar a veracidade daquilo que ela afirmava com tanta convicção e observei:

- Então você finalmente se apaixonou e está amando de verdade!

Ela olhou pra mim surpresa e sem titubear falou: Eu já amei algumas vezes e todas as vezes foi amor de verdade.

Deixei de escutá-la para perscrutar a minha alma...

Então quer dizer que amei pra valer o meu primeiro namorado, aquele desclassificado? Aí ponderei: mas com ele aprendi a dançar - ele tinha um pé de ouro! Já o segundo devo ter amado ainda mais! Era um bicho do mato! Bonito que só, mas muito mal educado. Me deu um trabalho danado pra fazê-lo tomar gosto pelos estudos; deixar as bebedeiras; as más companhias; deixar de ser galinha e, até, aproveitei o meu aprendizado anterior e lhe ensinei a dançar. Outra grande dificuldade já que não tinha ritimo algum. Foi uma peleja!

Já o terceiro... Ah o terceiro me levou para o altar! O ''amor da gente'' de 30 anos ( seis de namoro e noivado, mais 24 de casamento) foi pra toda vida, desde que, de nós, veio a nossa filha, presente de Deus. - Divorciam-nos há três anos.

E, quando eu menos esperava, me chegou o amor mais bonito: o amor advindo da poesia. Aquele amor sonhado desde menina, porém o mais enganoso, posto que é feito da mais pura ilusão.

Fugi dele voltando às crônicas!

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Recanto das Letras  em 28/11/2013
Código do texto: T4590391 
Classificação de conteúdo: seguro

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DONA DE MIM



DONA DE MIM
Ysolda Cabral


Dona absoluta do que sinto,
Daquilo que sou, aceito, admito,
Agradeço a Ele todos os dias,
Pelo ar puro que respiro...

Ar de maresia, de alegria,
Aonde a vida me chega em alegoria,
Toda manhã, bem cedinho,
Com o canto dos passarinhos.

Sou dona absoluta da minha casa,
Onde mora à minha alma limpa, clara,
Por vezes um tanto insegura, inquieta,
Pela desejo de sair mundo afora...

Um mundo que desconhece,
Mas que prevê ainda mais encantado,
Onde a mentira, a inveja, a vaidade,
A hipocrisia não imperem.

Sou dona de mim e gosto disso!
Tenho meus defeitos, pensamentos
Humanos de intensos sentimentos,
Que sei autênticos e sinceros.

Ah, Sei que sou dona de mim!
Tanto que, perdendo a lucidez,
Nunca prejudicaria ninguém
E nem a minha honradez. 


Recife-PE
27.11.2013
Em Reflexão

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Recanto das Letras em 27/11/2013
Código do texto: T4589635 
Classificação de conteúdo: seguro

RECIFE PEDE SOCORRO


RECIFE PEDE SOCORRO

Ysolda Cabral


A cidade do Recife, conhecida como a Veneza Brasileira, é uma cidade lindíssima realmente. Vestida para o Natal ela fica ainda mais bonita. Simplesmente espetacular. Infelizmente, em função do seu cheiro de esgoto, a Céu aberto, sua beleza, sua poesia vão pra muito longe daqui.

- Que coisa medonha!

Será possível que não exista uma solução viável para sanar situação tão degradante?

Aonde estão os administradores do Poder Público, que não tomam uma providência? Será que ninguém se importa mais nem com o oxigênio que respira?!

Hoje a Avenida Gov. Agamenon Magalhães, a principal avenida da cidade, com esgoto a Céu aberto – repito - fede mais que nunca!

- Meu Deus do Céu, que coisa terrível!

A sensação que a gente tem, quando transitamos por ela, é de que levamos conosco, impregnado nas roupas, no corpo e até nos cabelos o seu cheiro putrefato.

- E ninguém faz nada?

Sei não! … Dá uma enorme tristeza.

De que adianta ter tantos predicados, tantas opções de divertimento, de lazer sendo tão suja e tão fétida?

- É assim que a Capital Pernambucana sediará os Jogos Olímpicos?

Eis a questão!

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Vista aérea da Cidade do Recife - conhecida por ''Veneza Brasileira'' por conta de ser recortada por águas do Mar e dos Rios e não por esgotos.



Recanto das Letras em 27/11/2013
Código do texto: T4588703

terça-feira, 26 de novembro de 2013

NÃO SOU SÁBIA! SOU CRÉDULA.


NÃO SOU SÁBIA! SOU CRÉDULA.

Ysolda Cabral



A propósito da crônica ‘’ A Sabedoria’’ do ilustre recantista Obery Rodrigues - link abaixo para quem quiser ler, pois asseguro que vale a pena - acabo de constatar que essa riqueza, a maior que um ser humano possa possuir, no meu entendimento, jamais terei. A minha conclusão parte do princípio de que, para ser sábio não basta adquirir conhecimento, cultura, ou já ter vivido longo tempo. Para ser uma pessoa sábia, basta não ser uma pessoa crédula. Eu poderia discorrer aqui considerações que provariam àquilo que afirmo, contudo só vou dizer o seguinte:

- Onde já se viu uma pessoa do meu tamanho ainda acreditar que, apontando para uma Estrela no Céu, os dedos da gente criam verrugas? Minha bisa Mamana era quem dizia isso quando eu ainda era menina.

Nem me lembrava mais disso, até que, há pouco, ao abrir a janela da sala, uma Estrela Cadente veio direto pra mim. Instintivamente estendi os braços, mas ela desapareceu no Espaço Tempo e eu me flagrei olhando para as minhas mãos...

Vendo-as sem mácula, respirei aliviada.

Outro dia a vizinha me disse que nas redondezas, em noite de Lua cheia, aconteciam coisas estranhas por aqui, não quis nem saber do que se tratava e já fiquei alerta.

Não sou sábia! Sou crédula.

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Para ler a crônica do Obery Rodrigues é só clicar no link abaixo:

Recanto das Letras 
Em 26/11/2013
Código do texto: T4588248 
Classificação de conteúdo: seguro

BRINCANDO COM O ALFABETO - III


BRINCANDO COM O ALFABETO - III
Ysolda Cabral 


Amanheceu... 
Bonito! Cativante Dia.
Edificarei Felicidade,
Generosidade,
Honradez!
Ideais Juramentados,
Lealdade Metrificada,
Natureza Orvalhada
Purificando Queixumes,
Restos Suaves, Trêmulos
Uivos, Versos, Xerez,
Zeus... 

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Deixando o K e o Y de fora.
Com essas letras poucos brincam.


Recanto das Letras em 26/11/2013
Código do texto: T4587442 

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Recebendo da poetisa Angelica Gouvea a sua brincadeira com as letrinhas. Adorei! 

Minhas Letrinhas


Aqui Bastou
Colocar Dentro
Enorme Facilidade
Genuína Habilidade
Incentivando Juntos
Lançar Maravilha
Nesta Ocasião
Participando Regularmente
Somando Trabalho
Unidos Veremos
Xodó Zarpando

Acrósticos de Angelica Gouvea

Para ler a poetisa é só clicar no link abaixo:

EXCESSO DE LUZ


EXCESSO DE LUZ
Ysolda Cabral


A claridade intensa cega,
Mas logo a vista acostuma
E a gente enxerga. 


Recife-PE
26.11.2013
Apenas Constatação


Recanto das Letras
Em 26/11/2013
Código do texto: T4587441 
Classificação de conteúdo: seguro

ANJO MAU


ANJO MAU
Ysolda Cabral


Alma Branca
Clarividente Dádiva
Enganação Finita
Gente Horrenda
Imutável Jogo,
Lealdade Macerada
Nocivas Oscilações 
Plurais Querubins
Ratos Sonsos
Tamanha Usurpação
Violação Xis
Zumbis...


Recife-PE
26.11.2013
Indignação

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Brincando com o alfabeto ( eliminando o K e o Y)
Inspirada no auditor fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães. A vergonha de homens honrados. 



Recanto das Letras 
Em 26/11/2013
Código do texto: T4587195 
Classificação de conteúdo: seguro

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

TARDE


TARDE
Ysolda Cabral 


Barulhenta...
A tarde me espreita.
Também tenho medo.
Mas esqueço.
Sigo adiante!
A noite me aguarda...
Guardo segredos.
Segredos de morte.
Não me sufoque.
Corra daqui!
Não me apavore. 

Recife-PE
25.11.2013

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Inspirada na Poesia Minimalista ''NOITE'' da talentosa
poetisa Ilma Albuquerque.

Para ler Ilma acesse o link abaixo:




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Recanto das Letras em 25/11/2013
Código do texto: T4586833 
Classificação de conteúdo: seguro

REMO DO ASFALTO - CRÔNICA


REMO DO ASFALTO
Ysolda Cabral



Dia azul, Sol a pino, Mar tranquilo e vestido de Céu. Vento brando a me envolver na manhã cheia de Vida. No calçadão da Praia de Boa Viagem, pessoas de todas as idades se exercitam de alguma maneira. Outras simplesmente estão sentadas desfrutando da manhã pra lá de linda e muito especial.

Estou tranquila, em paz comigo e sem pressa alguma, apesar de mais uma noite insone por conta de uma crise renal. Toda a paisagem me enternece, porém em nenhum momento sinto tristeza ou inveja de não poder ficar ali desfrutando também de tanta beleza natural.

Como nem tudo pode ser perfeito, eis que avisto um esqueitista voando no asfalto. Paro! O coração acelera e aguardo curiosíssima para saber como àquilo estava sendo possível.

- Sempre os vi usando as pernas para fazer o skate se movimentar numa canseira que dava dó!

- Agora não! Era diferente.

Fiquei aguardando que se aproximasse, até que pude perceber que trazia nas mãos uma espécie de remo, com extremidade flexível, ou rodinha, que usava para andar. Andar não! Voar.

- Que coisa espetacular!

Achei incrível e de repente fiquei morta de vontade de fazer o mesmo.

Perdi a vontade de continuar o meu caminho e fiquei com a sensação de quem não viveu quase nada... Ainda.

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Recanto das Letras em 25/11/2013
Código do texto: T4585805

Classificação de conteúdo: seguro

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PERDI A NOÇÃO DO TEMPO



PERDI A NOÇÃO DO TEMPO
Ysolda Cabral



Perdi a noção do Tempo. Viva!

Pois não é que a Belinha acabou de me dizer que hoje é sexta-feira!

Acabo de chegar ao trabalho e fico sabendo desta grande novidade. É um sonho que se realiza, com certeza! Perder a noção do Tempo não é pra qualquer um não! Eu consegui!

Acho que estou apaixonada! Só pode ser isso...

Ficar fora do Tempo, sem rumo e sem direção?! Hum... Isso é tão perigoso! Ela do outro lado da sala diz: '' E bota perigo nisso! ''

Mas, fora de brincadeira e falando sério – eu sempre falo sério, mas as pessoas acham que não – hoje, pra por a cabeça e as emoções em ordem, vim de carro. Dirigindo eu consigo relaxar e fazer isso sem o menor esforço. O problema é que sempre corro o risco de sair estrada afora, deixando pra trás o Destino.

Já me vi diversas vezes em situações assim e foi o retrovisor que me fez voltar todas à vezes. Será que hoje ele conseguiria?...

Preciso ficar atenta no translado trabalho/casa... E, antes mesmo de por a chave na ignição, trocar o CD da Vanessa Rangel por outro qualquer, ou nenhum. É mais prudente!

- Queria o quê?

Na vinda, quando ela dizia '' não há lugar que eu queira estar mais, que não seja no teu pensamento''; eu suspirava e ela dizia: '' adoro te arrancar suspiros'' então eu sorria e pensava, '' o amor que fere também agiganta'' e ela cantava os meus pensamentos em músicas de sua autoria?! Como isso era possível?! Plágio de pensamento? De sentimento?Psicografia de gente viva, na mesma vida e em desencontrado momento?

Ah, não sei não! Coisa mais esquisita!

Na realidade eu queria atender a um pedido que me fizeram para escrever uma crônica de algo engraçado que, por acaso, me ocorresse hoje na vinda para o trabalho, mas a única coisa que me ocorreu, fora a Vanessa, foi que, ao chegar, Belinha me fez voltar pro Tempo real e esse Tempo eu não gosto.

Ele anda à nossa total revelia!

Quem sabe amanhã?

Poxa, amanhã é sábado, é domingo ou é segunda?


terça-feira, 19 de novembro de 2013

SOU DE FÁCIL SUGESTÃO - CRÔNICA






SOU DE FÁCIL SUGESTÃO
Ysolda Cabral


E cá estou novamente no coletivo opcional, com ar-condicionado, gente bonita, bem vestida, com cheiro de sabonete, às 06h30min da manhã, para o translado casa / trabalho. É segunda-feira, 18.11.2013. Sento-me junto a uma loura, cujo bumbum invade um tantinho do meu assento. Penso com meus botões: melhor é ir sentada que em pé... Vou ter que me ajeitar por aqui mesmo. Levantei o braço da minha poltrona e me sentei deixando-o levantado para caber o que sobrava de mim. Seguimos viagem. Eu me sentia incomodada, pois parte do meu quadril reclamava da posição enquanto a loura se esparramava praticamente nas duas poltronas. De soslaio eu acompanhava seus quase imperceptíveis movimentos. Suas mãos de unhas enormes, pintadas de branco, com bordado em esmalte preto nas extremidades, me chamaram a atenção. Achei bonito! Olhei para as minhas e mais que depressa as escondi para que ela não visse o quanto estavam curtinhas e sem esmalte. Por vezes me entrego a certo desleixo... Alguns poucos quilômetros à frente, notei que ela abriu discretamente a bolsa, a qual trazia no colo e tirou dali alguma coisa para mastigar. Pareceu-me algum tipo de cereal, porém o gosto com que ela comia não devia ser! Talvez um biscoito bem docinho, tipo alfenim que derrete na boca, tal a pressa com que ela engolia e pegava mais. À medida que ia comendo, me parecia que o traseiro dela crescia e eu sentia o meu cada vez mais fora do assento. Tanto que me via completamente empenada, invadindo o corredor causando certo atrapalho para quem por ele precisava passar. Aquilo começou a me irritar. De pronto compreendi que ela não iria parar enquanto não acabasse com todo estoque que trazia.

- Ah, conheço bem as gordinhas! Se conheço!...

Mais à frente, já me sentindo quase caindo da poltrona, ela abriu outra bolsa, que estava por debaixo da primeira e tirou dali nova porção daquilo que comia com tanto gosto. Lembrou-me um armário de comida com gavetas. Então pensei: isso não pode continuar! Aonde eu vou parar? Tentei lembrar se na minha bolsa havia alguma coisa que eu pudesse também mastigar e que me fizesse crescer para os lados... Aí pensei: Ora! A desvantagem continuará sendo minha. Além de ganhar uns quilos a mais, quem cairá no corredor ainda serei eu. Ela está bem segura junto da janela!

Finalmente chegou minha parada. Desci metade meio dormente e a outra metade louca de fome.

É que sou de fácil sugestão.

- Que tristeza! (Risos)


Recanto das Letras
 em 19/11/2013
Código do texto: T4578153 

domingo, 17 de novembro de 2013

ADEUS À POESIA






REFLEXÃO SOBRE O
''MUNDO POESIA''

O ''Ministério da Prudência'' recomenda:
Cuidado com o ''Mundo Poesia''
Para não o confundir com a vida
Sob pena de muito sofrimento e agonia. 
( Ysolda Cabral ) 


Doce mundo de agonia a poesia
Verdade com mentira é confundida
Mentiras são verdades escondidas
Bendita maldita desdita poesia!

( Yamânu )
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ADEUS À POESIA



Agora que as coisas estão no seu devido lugar na minha cabeça e no meu coração me sinto leve, livre e feliz como nunca me senti na vida. É que estive a viver presa no ‘’ Mundo Poesia'' longo tempo. Mas, graças a Deus, a prisão era em tênues fios, os quais finalmente se romperam e me libertaram.

Diante exposto registro que, nunca fui poeta e nem nunca serei. Apenas tenho uma alma sensível que ama a poesia e que se confundiu, em algum momento da sua trajetória. Agora, liberta, volta às suas origens passando a publicar crônicas dos fatos que a vida conta, apenas para não perder o contato com as letras que tanto ama.

Obrigada a todos que me acompanharam nesse longo tempo e um especial agradecimento ao poeta Oklima por me ter concedido a honra de interagir com tantos textos meus, bem como me permitir interagir com sonetos seus, verdadeiras obras-primas.

Devo me limitar a uma crônica semanal. 

Candeias-PE, (domingo) 17 de novembro de 2013. 

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Recanto das Letras
Em 17/11/2013
Código do texto: T4574896

O QUE JESUS NOS ENSINOU - À GENILDA MORENO.



O QUE JESUS NOS ENSINOU
Ysolda Cabral 


Nossa, que dia infernal!  Calor demais! Trânsito congestionado às seis horas da manhã?!  Só aqui no Recife mesmo!   E o pior: havia tido mais uma briga feroz com o meu amor, o Próprio.

- Que coisa!

E foi assim que o meu dia começou certa manhã da semana que graças a Deus já passou!

Resolvi deixar o carro na garagem e recorrer ao transporte coletivo para ir até o meu trabalho – seria mais seguro e menos enervante.

Esbaforida cheguei à Parada de ônibus e a sorte começou a me sorrir, ou o meu Anjo de Guarda resolveu me dar uma mãozinha.

- Afinal o que custava? 

Fui chegando e já entrando num ônibus opcional, com ar-condicionado super gelado, gente bonita, bem vestida, com cheiro de banho e a música ambiente de qualidade repousante e acolhedora começaram a mudar o meu humor. Comecei a relaxar. Contudo, uma rusga de preocupação enfeou mais a minha cara: parecia que todas as suas poltronas estavam ocupadas. Esperar que algum ‘’cavalheiro’’ me desse o lugar estava completamente fora de cogitação.

Fui andando devagar pelo corredor do coletivo, com bastante cuidado pra não cair - dizem que quando a gente passa dos ''25 '' é preciso ter muito cuidado. De repente lá estava ela, uma garota linda, da cor do ébano, sorriso franco, sincero que dizia: aqui há um lugar para senhora. 

- Que bom a gente ter um lugar!

E, no exato momento em que ia me sentar, o motorista deu um freio e eu simplesmente caí na poltrona, quase esmagando a frágil garota que me sorria.

Meu Deus, que vexame! Sentindo-me uma tremenda trapalhona e irada com o meu ‘’leve’’ excesso de peso, olhei para ela com uma cara que a fez cair na gargalhada e me juntei à sua risada e o meu dia novamente floriu.

Logo estávamos a conversar como se fossemos amigas de longo tempo. Ela estudante do curso de Recursos Humanos – logo vi - sabia conversar, porém muito mais ela sabia escutar. Como é difícil a gente encontrar alguém que saiba escutar, compreender, não criticar, nos ajudar a raciocinar melhor! Enfim...

E, naquele momento, ela, uma garota de apenas 22 anos, com toda sua percepção, sensibilidade, inteligência, bondade e carisma, soube me escutar, me acolhendo em seu coração com todo o amor que Jesus nos ensinou.

Obrigada linda Genilda Moreno! Eu lhe devia esta crônica e as flores são pra você.



Recanto das Letras l em 17/11/2013
Código do texto: T4574440

Classificação de conteúdo: seguro

terça-feira, 12 de novembro de 2013

DIA QUE PARECE OUTRO




DIA QUE PARECE OUTRO
 Ysolda Cabral


Amanheceu lindo...
Disposta e sorrindo acordei,
Respirei com gosto o cheiro da manhã
E foi assim que hoje me levantei.

Alonguei, rezei e de repente chorei,
Chorei por lembrar o tempo de menina,
Quando a vida me esperava,
Não havia urgência pra nada,
Assim era o que eu pensava.

Não tinha que engolir sapos...
Não tinha que colar pedaços,
E, o compasso do dia,
Quem ditava era eu.

Agora tudo parece distante,
O tempo carregou no horizonte,
O sol nasceu, desapareceu,
E o dia me parece bem diferente,
Daquele que hoje nasceu.

Recife-PE
12.11.2013
Em reedição

Recanto das Letras em 13/11/2013
Código do texto: T4568566

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PRECISO DE VOCÊ



PRECISO DE VOCÊ
Ysolda Cabral



Preciso de você para me fazer sorrir, para me dizer por onde ir.

Preciso de você para não temer o que virá.

Preciso de você para não chorar e se isso acontecer que seja por tanto lhe adorar.

Preciso de você para que a solidão da noite não me afete, para que o uivo do Vento seja brando e que sua batida insistente em minha janela não cause dano,nem receio e nem espanto.

Ah, preciso de você a cada instante!

Preciso de você para falar das minhas alegrias, das minhas tristezas, dos meus desenganos...

Preciso de você para me fortalecer, para me sentir amada, desejada, necessária...

Preciso de você para de você saber e assim não morrer de saudade /vontade de você...

Preciso de você para que a vida faça sentido em cada amanhecer e muito depois disso...

Preciso de você por que somos um em nós e sem nós eu não vivo.

Recife-PE
10.11.2013
ysolda


domingo, 10 de novembro de 2013

QUASE NEVE


QUASE NEVE
Ysolda Cabral


Hoje estou triste...
Nada demais! Não é domingo!
Penso em você e sorrio. 

Sorrio um sorriso assim:
choroso, mas esperançoso
de na tristeza por um fim...

Começo a escrever palavras soltas,
sem  motivo algum...
Ai, de mim! Sou tão  louca! 

Uma  louca sem gravidade,
a serviço de me fazer  sorrir de verdade
para  esquecer do mundo a maldade.

De repente me sinto leve!
Sabendo-me quase neve...
Como ainda estou aqui?


Recife-PE
10.11.2013
Apenas Poesia

sábado, 9 de novembro de 2013

NÃO SEI NÃO!




 
  
NÃO SEI NÃO!
Ysolda Cabral


Filhos da rua...
Da chuva,
do Vento,
do Tempo...
Existindo... Sendo...

Filhos da Lua...
Sem teto,
sem chão,
sem opção...
Espaços vãos...

Filhos do desatino...
Sem tino,
sem brilho,
em desalinho.
Sem comunhão!

Impossibilidade...
Impotencialidade...
Feia,suja, dura realidade!
Faz chorar...  Noutros não!
Vinga a mágoa,
Calando o pequeno coração.

Ele assalta,
tortura,
agride,
mata!
Atitudes inexplicáveis?
Não sei não!...


Recife-PE
07.11.2013
Apenas Ysolda