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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

MAR DE PRATA




MAR DE PRATA
Ysolda Cabral



Tudo está perfeito
Nada tenho a reclamar
A noite está linda
A Lua do Céu veste o  Mar de prata
Para a chegada do Novo Ano
A alegria se espalha
Pelas casas, ruas, avenidas, praias  e praças
Tudo parece tranqüilo, calmo e festivo
Exceto o  meu coração que  sente a tua falta
O que fazer para matar esta saudade?
Hoje a noite está perfeita...
Será que também é  mágica?



Recife-PE
31.12.2012

O SORRISO DE UMA CRIANÇA



O SORRISO DE UMA CRIANÇA
Ysolda Cabral



Finalmente chegamos a mais um último dia do ano na contagem do tempo. Entretanto, não é só isso!

Alguma coisa de muito especial acontece todos os dias trinta e um de dezembro no coração de cada ser humano.

É a esperança que se renova de maneira tal que, nos estimula a recomeçar, acreditando no novo dentro da nossa própria continuidade. Paramos, refletimos um pouco e partimos para a comemoração. Cada um do seu jeito e da maneira que pode.

Todavia, quando nos deparamos com uma criança que vive em circunstâncias tremendamente adversas e ela nos sorrir, temos que admitir que alguma coisa precisa urgentemente ser feita para que as coisas mudem efetivamente e não só naquilo que nos dizem respeito.

Se continuarmos a ignorar um sorriso puro e confiante de uma criança, nada nesta vida mudará, infelizmente.

Que o ano de 2013 traga mais consciência aos corações dos homens para que,  mais crianças sorriam o seu tempo de sorrir.

Feliz Ano Novo para cada um de vocês.

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Recanto das Letras em 31/12/2012
Código do texto: T4061249
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sábado, 29 de dezembro de 2012

BALANÇO DE FINAL DE ANO - 2012



BALANÇO DE FINAL DE ANO
Exercício 2012
Ysolda Cabral



Vida estagnada ... Lágrima
Sorriso na Cara... Fala, cala
Sonhos...Nulas ilusões em falta
E o que resta? Nada

METAS PARA  2013

Vida movimentada... Cura, sara
Disposição... Alta intenção
Sonhos... Até os de goiabada
Resultado final: Vida cara

ESTRATÉGIA, PRESCRIÇÃO

Com doses diárias de paciência,
Pitadas de esperança, fé e amor...
O ano será bom para todos nós
E não para um ou dois.
Que venha 2013 então!


Tim...Tim...
 
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Recanto Das Letras  em 29/12/2012
Código do texto: T4058670
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SORRISO QUE GUARDO



SORRISO QUE GUARDO
Ysolda Cabral


No entardecer de hoje,
Sentindo a brisa que vem do Mar;
Penso em você...
Onde você está?

Lembro que ontem foi assim,
Sei que amanhã assim será.
A pergunta que não quer calar:
Será que você pensa em mim?

E me distraio pra não chorar.
Preciso ser sempre sorriso,
Pra você sempre me amar.

Por isso guardo, bem guardado,
O meu sorriso mais bonito,
Pra quando você chegar...

Rogando a Deus duas pequenas graças:
A do tempo passar devagarzinho,
E muita felicidade a vida ainda nos traga...

Posto que, ela sem  VOCÊ; 
Não tem a menor graça. 

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Recanto das Letras
Em 27/12/2012
Código do texto: T4056082
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MILAGRES ACONTECEM



MILAGRES ACONTECEM – É NATAL
Ysolda Cabral


Hoje, vinte e cinco de dezembro de dois mil e doze, terça- feira... É Natal! Quase todos ainda dormem da noite de muita festa e pouca reza; muito faz de conta, muita ilusão... A maioria  em camas confortáveis ou mesmo pelo chão, sob pontes e viadutos, acompanhadas, ou, em completa solidão e a mercê da sorte...

Quantas não dormiram com sede, com fome, carentes de tudo... Contudo, todas, de alguma forma, envolvidas pela magia do Natal, acreditando que milagres acontecem...  Até os mais incrédulos, mesmo que neguem esta afirmação.

Evidentemente que não estou aqui para divagar sobre a fé de ninguém, nem muito menos questionar seus gestos e atitudes. Porém,  devo admitir que neste período, não consigo evitar de fazer determinadas comparações. Entre elas, uma me indigna sobremaneira: trata-se daquelas  pessoas que se dizem religiosas e que  vivem dentro das igrejas e templos, íntimas de seus ministros e se acham  ainda mais  íntimas de  Deus, e por conseguinte, com direito de julgar, condenar e punir;  com os filhos  do mesmo Deus,  que não são assim.

Não  se deve julgar, nem condenar e nem muito menos punir filho de ninguém, pois a dor sangra no coração da gente - principalmente no coração de uma mãe. A sensação de impotência e de estupefação, lhe dá o  direito de dizer  que, uma pessoa que age dessa maneira, está errada. Uma conduta dessas não condiz com a  ideia do que venha a ser uma  pessoa  correta, digna de respeito e consideração.

- Quanto não sofreu a mãe de Jesus!

Aproveite que é Natal e reveja suas atitudes, quem sabe um milagre não aconteça e você não venha a se tornar uma pessoa mais humana, mais verdadeira e mais feliz?

Tudo é possível quando se tem senso crítico, boa vontade e nobreza de caráter.


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Abaixo,  um comentário que complementa o meu pensamento de forma extraordinária, pelo qual agradeço de todo o coração, ao amigo escritor Raimundo Antonio de Souza Lopes.



25/12/2012 17:48 - Raimundo Antonio de Souza Lopes
De boas vontades o inferno está cheio! Uma praga da religião é o fanatismo. Conheço pessoas que aparentam solidariedade, misericórdia e humanismo, mas, na verdade, são hipócritas, mesquinhas e avarentas. Vejo-as, de vez em quando, nas igrejas. Entretanto, como você bem disse, não devemos julgar ninguém. Mas, se não podemos julgar, por que então somos julgados? Talvez neste caso a Lei de Talião seja a mais adequada.



Recanto das Letrasl em 25/12/2012
Código do texto: T4052612
Classificação de conteúdo: seguro

domingo, 23 de dezembro de 2012

SAUDADE ESQUISITA EM PLENO NATAL



 SAUDADE ESQUISITA EM PLENO NATAL  
Ysolda Cabral



Vinte e três de dezembro de dois mil e doze – domingo.  Acordei cedinho como de costume e fui para o Mar nadar; rezar; me benzer... Tentativa vã de no Mar deixar toda tristeza que resolveu em pleno Natal me visitar. Voltei mais triste.

A saudade da vontade de viver, tendo motivos para sorrir, me acusando e eu sem saber exatamente do quê, foi e voltou comigo...

Saudade mais confusa! Saudade de coisas vividas por mim no imaginário,apenas! É no mínimo uma saudade esquisita...

Não estou bem! Isso é natural, nada de anormal... Afinal não é Natal?

Das profundezas do meu eu, preciso emergir para renascer uma pessoa sem tristeza e sem saudade. 

Feliz Natal?!  

Para você e os seus.

sábado, 22 de dezembro de 2012

ÁRVORE DE SAUDADE



ÁRVORE DE SAUDADE
Ysolda Cabral 


Vazio com arrependimento,
É contraproducente... Momentos
De  martírio que não levam a nada.
Só tira o sorriso da minha cara.

O vôo é  da coruja que  canta  agouro,
Passando pra lá e pra  cá,
Mata  a poesia, a esperança,
E do  Natal tira o gosto.

A saudade é dissonante,
Nada  faz sentido.
Tudo parece castigo,
Que arrebenta no peito,
E toma corpo.

A  lágrima é de tristeza.
E na  árvore de  Natal
A esperança, a beleza
São de outros.

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RL em 21/12/2012
Código do texto: T4047763
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SORRINDO À TOA



SORRINDO À TOA
Ysolda Cabral

Acordei de uma noite de sonhos lindos. Levantei-me disposta, me sentindo bonita, feliz da vida. E, com o sorriso sem querer sair da minha cara, sai de casa para trabalhar, como faço todos os dias da semana.

Evidentemente que, hoje, foi preciso me recomendar prudência e não ficar ‘’pairando no ar’’, até porque beija-flor não sou e o trânsito do Recife, piora a cada segundo no espaço tempo.

Aumentei o volume do som, na tentativa vã da música me tirar do devaneio...

A gente quando apaixonada fica assim, independente de qualquer situação, condição... Sem dar importância a nada, a não ser a percepção do sentimento,  que nos inunda de forma tão poderosa e santa que, faz tudo o mais não ter importância.

- Ysoldaaaa, atenção! Você está dirigindo!

- Que música está tocando, você sabe?

- Ei, menina, acorda!                                            

Caindo na risada, aumento o volume do som e vejo como o dia está bonito...

O trânsito? Praticamente parado. Nem ligo!

De repente, bem à minha frente, uma jovem senhora, gesticula raivosa para mim, me trazendo abruptamente para a realidade.

Assustada, me pergunto o que fiz de errado. Cuidadosamente, mudo de faixa, encosto junto ao carro dela, desço o vidro,e,  disposta a lhe pedir desculpas e/ou assumir as despesas,  por qualquer prejuízo que lhe tenha causado, ela se adianta e me pergunta porque eu estava rindo dela.

Eu, estupefata, me dei conta de como no mundo há gente infeliz, mal amada... Ao invés de ficar indignada ou com raiva, fiquei com pena dela. Então, com o coração explodindo amor lhe respondi:

- Não rio de você, moça bonita! Ria e rio para aquela ponte que tanto amo - me referia e Ponte do Pina, na ilustração, ao cair da tarde quando fica ainda mais bonita.  Ria e rio para mim, por que amo e amo muito. Ria e rio para a Vida, que hoje me parece especialmente mais bonita.

O trânsito andou na minha faixa. Eu, lhe mandando beijos e sorrisos continuei o meu caminho.

Queria saber a razão de coisas assim acontecerem comigo!

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E chega ele, Odir Milanez da Cunha,
 com suas fantásticas interações,
as quais me fazem ainda mais feliz.
 E vamos à ela -  em soneto.
É brincadeira? (Risos)


QUANDO O AMOR ACONTECE
 Odir Milanez
  
Quando o amor acontece, faz-nos bem.
Bem mais nos faz o amor que está por vir.
Daí a gente fala sem se ouvir
 e conversa conversas com ninguém.

Sentimo-nos sorrir sem ter a quem,
pedimos impudências sem pedir,
 gozamos gargalhadas sem sorrir,
 de vida mais vontade a gente tem!

A tristeza se torna um ser inútil.
A distância desiste em ser distante,
 a coerência acorda em não ser útil.

Quando o amor se afirma mais amante,
o fútil finda a fase de ser fútil
 e o eterno eterniza cada instante!

 JPessoa/PB
 20.12.2012
( oklima)

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  RL em 20/12/2012
Código do texto: T4045389
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CHORANDO SAUDADE



CHORANDO SAUDADE
Ysolda  Cabral


Há claridade excessiva lá fora.
Neste momento!
Exatamente agora.

Sol quente! Tão quente! Tão forte!
Racha o asfalto...
Cozinha o juízo da gente.

Aqui dentro:
Obscuridade, 
Morosidade dependente.
Que deprimente!

O raciocínio é lento,
Ambiente hostil, silente...
Sem Vento que conte segredos!

Não sou resistente;
Nem insistente.
Onde está minha mente?
Há um frio bestial e renitente...

No peito ainda quente,
Não aquece o coração
Que chora a falta da gente.


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 Recanto das Letras  em 19/12/2012
Código do texto: T4043622
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AUSENTE DE MIM


AUSENTE DE MIM
Ysolda Cabral
  
Sabe aquele teu poema...?
Nunca deverias ter composto
Ele era de uma tristeza tão vasta
Que me deixou no vazio do nada

Sabe aquele teu poema...?
Deixou-me com medo de dormir
E fiquei a ter pesadelos acordada

Sabe aquele teu poema...?
Tirou-me a fome e a sede
Até minha hortelã perdeu o cheiro,
A cor e a graça

Será que merecíamos tanta desgraça?
Sabe aquele teu poema...?
Tão belo e tão ausente de mim...!

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Mais uma interação do meu Poeta amado
Odir Milanez da Cunha, pela qual agradeço enternecida.
  
DESEJOS
Odir Milanez

 Eu te desejo
como desejo o ar que respiro,
como desejo a luz do sol
a fim de fugir das sombras,
como desejo o escuro da noite
para que sejas luz...

Eu te desejo
como desejo ao instante
que demore bastante
para ser minuto.

Como desejo ao minuto
uma maior demora
para chegar a ser hora.

Como desejo à hora
que não se vá tão cedo,
pois eu tenho medo
que o tempo transgrida
as contas da vida
e te leve embora!
 
JPessoa/PB
20.12.2012
Oklima

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Neste não existe ausências.

Coisa mais bonita!
Ysolda Cabral



Recanto das Letras em 18/12/2012
Código do texto: T4042529
Classificação de conteúdo: seguro

ESTAGIÁRIOS OU EXTRATERRESTRES?




ESTAGIÁRIOS OU EXTRATERRESTRES?
Ysolda Cabral
 

Por vezes fico a divagar se realmente não existe vida em outros planetas e chego à conclusão que existe sim e o que é pior: está todo mundo aqui.

Alguns "turistando", outros atrapalhando e arranjando encrenca da grossa, por tudo que é lugar; travestidos de ESTAGIÁRIOS.

Meu Deus do Céu! É uma verdadeira epidemia.

O Planeta Terra foi invadido por eles para nos azucrinar de várias maneiras.

Ninguém consegue mais falar com um funcionário de nenhuma empresa, por exemplo. Em seu lugar sempre está um estagiário que não resolve nada. (Leia-se estagiária também.)

E se você resolver apelar para o telefone, aí é que a coisa fica complicada. Você não fala com gente humana! Você fala com uma máquina que faz você parecer um alienígena totalmente idiotizado, quando na realidade talvez o alienígena idiotizado seja ele, agora travestido de máquina e que, também, não resolve nada.

A coisa está ficando cada vez mais inusitada e irritante!

No Banco, se você precisar falar com o gerente, desista! Ele sempre está em reunião ou em alguma confraternização de Natal. Em seu lugar, lhe atende um estagiário, metido a besta, que não sabe nada e que nem sempre é educado. Você termina indo embora com cara de tacho, sem resolver coisa alguma. Se achar ruim e rogar praga, mesmo que rogue em pensamento, muito cuidado com a tal ‘’lei do retorno. ’’

Estou até desconfiada que essa lei seja de autoria de um estagiário extraterrestre!

Que coisa!

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Nota: Claro que é importante todo estudante, dependendo de sua área, estagiar. As empresas é que estão erradas em querer que eles substituam seus funcionários.  Convenhamos que, estagiários estão ali para aprender e sem um orientador por perto, como eles vão adquirir conhecimento e experiência?

Nota 2: Claro que sempre há exceções. A exemplo da empresa que trabalho. 

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RL  em 18/12/2012
Código do texto: T4041736
Classificação de conteúdo: seguro

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

COISAS QUE NÃO SE EXPLICAM



COISAS QUE NÃO SE EXPLICAM
Ysolda Cabral 


Quem quiser que não credite, mas aconteceu comigo e vou contar:

Hoje acordei bem disposta, depois de oito horas de um sono tranqüilo. De café da manhã; soneto e flores que me deixaram como que flutuando no ar.

- Como é bom estar apaixonada!  Tudo fica mais bonito, mais completo... Tudo tem sentido.

Banho tomado, roupas e sapatos confortáveis posto que, o ortopedista recomendou prudência com a região lombar e com os tendões de Aquiles. Uma colônia suave; protetor solar, um pouco de brilho nos lábios e estava pronta para o trabalho.

Nem o trânsito intenso das sete da manhã me tirou o estado de graça e de felicidade... Tudo estava bem, muito bem e eu me sentia amada, bonita e  feliz.

A manhã decorreu sem grandes atropelos.

Na saída para o almoço, senti um calafrio quando o porteiro me disse para ter cuidado ao atravessar a avenida, como diz todo santo dia. Eu sorrio e agradeço sem me alterar.

O sinal fechou, atravessei a avenida e logo estava no restaurante, porém já sem fome e sem disposição. Almocei e retornei mais cansada que antes e por pouco não caí de cara no chão na calçada, ao tropeçar no nada.

Levei um encontrão, que quase me arrancou o braço e por pouco não fui atropelada por um motociclista.

Quando cheguei de volta  à minha sala, não tive disposição de ir ao toalete escovar os dentes. Deixei-me cair numa cadeira, como se tivesse um fardo nas costa de grande peso. Comecei a bocejar; lacrimejar e a não sentir o braço. Minha amiga e colega de trabalho Belinha - Arlete Bello, 82 anos de sabedoria, disposição, saúde e lucidez - percebeu que eu não estava bem.

De repente senti que um sono incontrolável iria me derrubar da cadeira.

Pensei em Deus e rezei, rezei com fé, muita fé.  Voltei a me sentir bem.


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RL  em 17/12/2012
Código do texto: T4040407
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LOUCURA ANUNCIADA



LOUCURA ANUNCIADA
Ysolda Cabral


Meus versos pobres e inversos,
ou, combinações de frases tolas,
Sem métrica e sem rima, porém sem loa;
Foram levados pelo Vento.
Não sei pra quê!

Tomara que ele leve até você
E sopre junto aos seus ouvidos,
Tudo àquilo que ouviu de mim
E que jamais eu iria lhe dizer.

Porém se ele se enganar,
Ou, de propósito mentir;
Por ciúmes, não de mim,
Mas de você, eu vou saber;  se....

Sua ausência se fizer presente.
E, como sou pré (vidente)
Já vou me preparando
Para de vez enlouquecer.
  
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RL em 17/12/2012
Código do texto: T4039852
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domingo, 16 de dezembro de 2012

A MINHA POESIA




A MINHA ''POESIA''
Ysolda Cabral


Minha ''poesia'' é uma coisa à toa,
sem eira e nem beira...
De tão vagabunda é solta,
capenga e troncha.
Perdida nos caminhos da minha alma ,
sempre tão indócil.
Alma que teima em querer sair de mim,
antes da hora.
É preciso então que se cale, para sempre.
Quem sabe assim possamos ir juntas até o fim
do fim que tivermos de ter...

Recife-PE
16/12/2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

A PRUDÊNCIA RECOMENDA...



A PRUDÊNCIA RECOMENDA...
Ysolda Cabral

 
Sábado à noite... Sábado estranho que nem parece sábado.  Sem embalo, sem acalanto. Não há estrelas e nem Lua. O Céu é uma camada densa, escura... O mar parece paralisado de tanta tristeza. No ar não há encanto e nem magia. No  peito um enorme vazio. Alguma coisa me incomoda; machuca-me; desencanta-me; falta-me e me amedronta. Que coisa estranha, esquisita... Uma coisa medonha.

Agora já é madrugada... De um domingo! Nunca gostei de domingo... Preciso ter cuidado, muito cuidado para não ficar ainda mais triste comigo. Meu coração está gelado e o silêncio chega a incomodar a música que escuto.

Penso em você e mergulho ainda mais na tristeza, mesmo tendo o coração repleto de amor. Amor que deve ser definitivamente banido, sob pena de me matar de tanto amar. Como pode um sentimento assim, tão potente e sublime, só trazer desencanto?

Estou com sono, estou cansada, estou magoada, estou decepcionada... Comigo. Não sou nada! Nem capaz de amar você, como você merece.

Estou vendo a vida tão realista. Tão avessa; tão feia e tão sem poesia! Para uma pretensa poetisa isso é o fim da picada. O fim da linha do começo da partida que nunca iria mesmo acontecer. 

Não posso dormir agora. De jeito algum!

Se dormir, corro o risco de sonhar com você, um sonho lindo por demais, e nunca mais acordar. 

É preciso que eu fique acordada. 

Preciso ficar acordada e sem pensar em você.

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RL em 16/12/2012
Reeditado em 16/12/2012
Código do texto: T4038120
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

UM LINDO CAVALO ÁRABE



UM LINDO CAVALO ÁRABE
Ysolda Cabral


Sexta-feira, com ares de sexta treze, de uma semana que se esperava o mundo acabar, me pego refletindo o passado quando, ainda mocinha, acreditava que o futuro me traria a felicidade sonhada.

Acreditando piamente nisso, encontrava forças para vencer todos os obstáculos que a vida impunha à qualquer garota de minha idade, numa cidade de interior. E, quando a garota, de alguma forma, se destacava da maioria, era preciso que  tivesse fé  redobrada no sonho, caso contrário não sobreviveria ilesa.

Por alguma razão eu incomodava uma porção de garotas. Fosse pelo meu jeito de ser, fosse pela alegria que irradiava por onde passava, ou pelos olhares dos garotos, os quais eu não dava muita bola, mas fazia papai ficar muito atento aos horários de me levar e buscar no colégio, mesmo tendo minha irmã mais velha sempre de olho em mim.

Contudo, Deus é Pai, muito mais que qualquer pai, fez com que papai fosse viajar, exatamente numa sexta-feira parecida com esta que vivo hoje, aos 58 anos de idade, ainda acreditando que o futuro trará a minha felicidade; que, aproveitando minha irmã em sala de aula, fugi com algumas colegas e fui para o centro da cidade, assistir o desfile de  um circo famoso, o qual acabara de chegar em Caruaru.

Na concentração, bem em frente à Coletoria Estadual,  me detive deslumbrada com a visão dos enormes cavalos árabes de crinas imensas. De repente alguém me falou, quase ao meu ouvido: se tiver coragem de montá-lo, deixo que desfile com ele. Era o dono do circo.

E eu, sem vacilar, exclamei: ajude-me a montar!

Mais que depressa alguém correu pra contar à mamãe o que eu estava prestes a fazer. Avisou tarde, pois quando ela chegou e com papai a tira-colo, o desfile já estava terminando. Fui então  levada imediatamente pra casa e posta de castigo por vários dias. Nem liguei!

A façanha valeu muito à pena. Valeu tanto que nunca esqueci. Devo ainda registrar que, de  todo o ''comboio''  o meu foi o mais aplaudido. Fiquei famosa!  (Risos)

Quem me delatou?  Nunca quis saber!

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RL em 14/12/2012
Código do texto: T4035800
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