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domingo, 25 de maio de 2014

VESTIDA DE AZUL



VESTIDA DE AZUL
Ysolda Cabral


De azul do dia me visto com esmero,
cobrindo toda a nudez do desespero.
Sorrio à Vida, sem mágoa ou receio
de ser para ela apenas um meio...

De azul do Mar me banho, me benzo e rezo.
A brisa não me enxuga ... Orvalhada, peco.
Desfruto do prazer e perdão eu peço,
sentindo tristeza de ser só, não nego.

A noite chega de mansinho...
Chega do canto dos passarinhos!
Nada mais sonho, quero... Só peço
para parar de morrer aos pouquinhos.

De azul do dia me visto com esmero...
Nada espero! 

Praia de Candeias-PE
Em devaneios poéticos
Porque hoje é sábado
17.05.2014

quinta-feira, 22 de maio de 2014

SEM NADA PRA FALAR



SEM NADA PRA FALAR
Ysolda Cabral


Nunca falei das flores
Nunca falei das cores
Nunca falei das dores

Nunca falei do amor
Nunca falei do rancor
Nunca falei do sabor

Nunca falei da saudade
Nunca falei da cidade
Nunca falei da verdade

Nunca falei da tristeza
Nunca falei da beleza
Nunca falei da leveza

Mas... Ganhei
E mais flores dei
Das mais variadas espécies
Rosas, Margaridas,
Girassóis, Orquídeas
E Bem-Me-Queres

Algumas pra festejar
Outras pra enxugar lágrimas
Sentidas e doídas

Senti os louvores
Aprimorei as escolhas
E grandes emoções não vivi

Senti saudades
Passando por ruas,
Vilas e cidades
Olhando apenas a beleza
Sentindo as dores com clareza
De um infinito, único
E insubistituível amor
Amor pela VIDA.

sábado, 10 de maio de 2014

SOU MATUTA NATA




SOU MATUTA NATA
Ysolda Cabral 


Estou agora só...
Triste, insegura e com medo.
Coisa danada de esquisita...
Dominada por um sentimento que abomino!

Há muito para fazer...
Não me importo e me deixo vencer.
Pergunto-me por que,
E, eu mesma respondo:
Quem vai saber!

Se eu nem sou eu, neste momento,
Então o medo está perdendo seu tempo
E eu jogando fora o meu lamento.

Ah! Como queria estar longe daqui...
Nalgum lugar a beira de um lago, ou na mata
Afinal nasci no interior e com orgulho assumo:
Sou matuta nata.

Aqui nesta cidade,
Só escuto o canto dos pássaros de madrugada.
O galo não canta avisando que a aurora é chegada.
Chove e não sinto o cheiro da terra molhada.
Afinal, o que faço nesta terra ingrata?

**********

Praia de Candeias-PE
No silêncio da madrugada
Revirando o baú 
09.05.2014



PARA NÃO PERDER ARQUIVOS




PARA NÃO PERDER ARQUIVOS
Ysolda Cabral


Do nada retrato a cena,
sempre por um acaso.
Com ela retratada, analiso,
e acho tudo tão engraçado!

Bobagem espalhada, por vezes,
causa um dano danado!
E como nunca me engano,
melhor deixar este item de lado.

Se tiro fotos ou componho uma canção,
acabo recebendo de ''presente'' um vírus...
E lá se vão todos os meus registros!

A essas alturas, convém
voltar à velha Kodak,
à boa e eficiente máquina IBM,
ao papel ofício, lápis grafite,
caneta bic, carbono, uma caixa de clips...

Sempre é útil uma borracha,
um corretor líquido,
uma fita adesiva,um grampeador,
um perfurador e pastas ''AZ'' de A a Y.

Munida de tudo isso,
garanto um arquivo seguro,
limpo de todos os ''bichos'',
com índices que até assino em baixo:


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Publicas do Recanto das Letras 
Em 06.05.2014

TAÇA DE VINHO BRANCO



TAÇA DE VINHO BRANCO
Ysolda Cabral


Madrugada de domingo,
a taça é de vinho branco.
Chorando e sorrindo,
sei que vou seguindo...

A cada doce gole,
um brinde à dor da saudade
e à blindagem que ora visto,
contra toda maldade.

Com misto de tristeza,
sinto o giro... E giro, e giro...
Pela vez primeira:
Sei que estou bêbeda!

Bêbeda e anestesiada! Admito.
Finalmente sinto pelo domingo
completa indiferença.
É isso!

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Praia de Candeias-PE
Em amanhecer de ressaca 
04.05.2014