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terça-feira, 31 de julho de 2012

RUSGA ENTRE O CÉU E O MAR


RUSGA ENTRE O CÉU E O  MAR
De: Ysolda Cabral



Hoje o Céu e o Mar estavam com cara de poucos amigos,
Notadamente enfezados um com o outro.
Fiquei a pensar comigo:
O que teria de tão sério acontecido?
Estaria a Lua envolvida de alguma maneira nisso?
Ou o Sol foi o motivo da discórdia tão notória?

- Ah, mas não é possível que até esses amigos briguem!

De qualquer maneira creio que o Céu levou a melhor,
Uma vez que, seu azul estava lindo e  parecia que sorria.
Enquanto o seu amigo estava entristecido, descolorido,
Transfigurado... Com aparência turva e sombria.

A visão me deixou abalada e tive vontade de tentar apaziguar.
Mediar uma reconciliação, sem nem querer saber o motivo da discórdia.
Entretanto, o Tempo, o qual não sabe ser amigo,  não me deixou ajudar,
Me levou embora sem se preocupar se me fazia chorar.

Ah! O Tempo, esse deus tão voluntarioso e prepotente.
Não compreendeu que, naquele momento eu precisava parar,
Dando-me a oportunidade de aos amigos me achegar,
Para fazê-los entender que todos  brigam, se desentendem,
Mas,  fazer as pazes  é possível até  entre  o Céu e o Mar.

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Publicado no Recanto das Letras  em 31/07/2012
Código do texto: T3805940

A PARTIDA DO GUERREIRO FOLIÃO




A PARTIDA DO GUERREIRO FOLIÃO
De: Ysolda Cabral

  
Pela primeira vez não me entristeci ao tomar conhecimento do falecimento de um amigo. Um grande e querido amigo. Na verdade, amigo de todos aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo e de conviver com ele de alguma maneira – Henry Coelho Soares.  Engenheiro Civil, profissional competente, artista plástico, folião na vida e não só no Carnaval.  Romeu da Saló, sua Julieta, pois não se cansava de propagar o seu amor pela mulher, pela cordelista de primeiríssima qualidade, pelos seus filhos e netas e pelos amigos.

Com Henry não havia tempo ruim. E quando o ''tempo fechava'' ele soltava os ''cachorros'', depois achava graça de sua explosão inofensiva, divertida, a qual sempre entendíamos como mais uma de suas estripulias, tão comuns em sua natureza peralta, bondosa e divertida.   Vivia para sorrir e fazer sorrir. Vivia para agradar e conseguia agradar  ''gregos e  troianos''.

Brincava de tudo e com todos. Vivia cada dia como se estivesse na mais linda e grandiosa festa, como se fosse à última.

Henry há muito lutava contra o câncer, com coragem e sem perder a alegria de viver. Até que seu filho se foi, aos trinta e poucos anos, levado pela mesma doença. A partir de então, em sua alegria, havia tristeza. Muita tristeza e ele sofria, sofria mais que sorria.

O mundo não mais lhe cabia, apesar da valentia. Partiu, no último dia 28 de julho de 2012, deixando saudades, muitas saudades mesmo. Entretanto, a certeza de que foi para viver novamente com alegria, nos deixa seguros e convictos de que a vida aqui, um dia tem que acabar para todos.

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Publicado no Recanto das Letras  em 30/07/2012
Código do texto: T3804555 

O RETORNO


O RETORNO
De: Ysolda Cabral 


Se for verdade que a gente retorna para consertar o mal feito,
ao retornar vou ter que rever todas as minhas poesias,
principalmente aquelas inspiradas em você.

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Publicado no Recanto das Letras  em 30/07/2012
Código do texto: T3804293 

MAR DE EMOÇÃO - II


MAR DE EMOÇÃO 
De: Ysolda Cabral 


Na minha cabeça
 pensamentos se afogam no mar de emoção.
Um dia serei eu, mesmo tendo pago ao barqueiro viajante.

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Publicado no Recanto das Letras  em 30/07/2012
Código do texto: T3804236 

domingo, 29 de julho de 2012

A FLOR DA SAUDADE



A FLOR DA SAUDADE 
De: Ysolda Cabral 

A flor da saudade esquecida no jardim
Regada pelo orvalho do anoitecer
Iluminada pela luz do luar
Muitas vezes chora sem saber
Que a sua fragilidade
É quem lhe protege de não morrer.

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Publicado no Recanto das Letras  em 29/07/2012
Código do texto: T3803530 


O AMOR EM CONDENAÇÃO




 O AMOR EM CONDENAÇÃO
De: Ysolda Cabral


O amor para mim não dita regra,
não cria leis nem prega decisões.
Ele é parte de mim e a mim se integra
sem ritual nenhum, sem convenções.

Entretanto, o amor por vezes erra,
desvairando demais as emoções.
Ao invés de ser céu, prende-se à terra,
fazendo-nos pecar por omissões.

Quando isso acontece, quem não há de
se sentir desvestido da verdade,
pois nada mais o ampara ou fortalece.

E sem filosofias, sem vontade
de fazer frente à impossibilidade,
aceita o desamor e perde a prece.

Mas a prece perdida permanece
no peito seu, por toda eternidade!

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Publicado no Recanto das Letras em 27/07/2012
Código do texto: T3799428 

O ESCRITOR E O TEMPO











O ESCRITOR E O TEMPO
De: Ysolda Cabral



O mundo lá fora me parece encantador.
Aqui dentro, nem tanto assim...
Talvez melhorasse com um jarro de flor.
E, com o ambiente colorido e perfumado
Quem sabe o Tempo não passaria mais rápido?

Por vezes pára e para mesmo!
Comprovo no relógio do meu braço.
Ele me ira! Mas, finjo que não ligo.
Dando-lhe língua, volto a ser menina,
Pego um papel e uma caneta,
Ou corro pro teclado;
Marco os meus pontos, os meus passos...

O Tempo despeitado resolve correr mais rápido,
E corre que nem maratonista afetado.
O qual não sabe fazer outra coisa senão correr.
Correr pra ganhar, superar seu próprio recorde.
Corre pra morte ou sei lá pra quê!

Então quem pára sou eu e decido:
Que se dane e que morra sozinho!
Eu vou é sem correr e bem devagarzinho.
Ele um dia se acaba, se mata de tanto correr,
Enquanto eu ficarei para sempre neste cantinho,
Através das letras que sei desenhar e escrever.

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Apenas uma singela homenagem aos escritores, pelo dia de hoje.

Publicado no Recanto das Letras  em 25/07/2012
Código do texto: T3796644 

sábado, 21 de julho de 2012

NO EMBALO DO BLUES



NO EMBALO DO BLUES
De: Ysolda Cabral



No embalo preguiçoso do Blues,
Vou me deixando embalar a meia luz.
E, no balanço do prá lá e prá cá,
A gaita me fascina e me faz sonhar.


Sonho bom, sonho lindo,
Sonho de não querer acordar...
Nele te encontro sempre sorrindo.
Ah! Mesmo dormindo, estou a te amar.

Acordo em estado de graça,
Sentindo teu cheiro, teu gosto,
E, sem esforço fico a lembrar...

Dos momentos contigo ao luar,
Quando a gente namorava,
Pensando em nunca mais parar.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

MEU AMOR POR VOCÊ É ASSIM



MEU AMOR POR VOCÊ É ASSIM
De: Ysolda Cabral 


Se você fica triste,
Eu também fico.
Se sinto que algo a preocupa,
Não durmo de tanta preocupação.

Se algo lhe falta, lhe cala...
Qualquer coisa mesmo;
Perco o rumo, tiro o pé do caminho...
E grito... E xingo... E assim,
Perco o tino.

Se você sofre alguma injustiça,
Morro por me sentir impotente,
Diante do fato.

E se um dia você for magoada,
Usurpada de algum direito legítimo,
Não ficaremos aniquiladas.

Juntas lutaremos,
Removeremos montanhas,
Se preciso for.

Eu sou assim...
Não sei ser eu, sem você em mim...
Feliz, leve e solta...

E só em mim, sinto você,
Como você é: inteira, completa,
Segura de ser, segura de si,
E segura de mim.

Sendo você parte de mim,
Me protejo, lhe protejo,
Me envolvo, lhe envolvo,
Abençôo-lhe e assim...
Abençoada sou!

Você é tudo para mim,
É tudo em mim,
É o melhor que existe em mim.

Se você for sempre feliz, também serei.
E se não, a farei entender,
Que a vida é assim
Para percebermos
Os seus verdadeiros sentimentos
E seus reais valores.

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Feliz Aniversário minha filha amada.
Que Deus esteja sempre com você.

PS. A poesia acima compus para você em 2006. Senti vontade de hoje deixá-la aqui ( blog e Facebook)  junto com as  rosas. Afinal, o sentimento não mudou e não mudará nunca.  Amo você mais que tudo que existe e nunca esqueça disso. Beijos, mamãe.

sábado, 14 de julho de 2012

NO EMBALO DA PAZ




NO EMBALO DA PAZ
De: Ysolda Cabral


Com o coração repleto de paz e de alegria, olho a chuva lá fora e faço uma oração para que ela hoje não cause nenhum dano.

Tão linda, caindo tranqüila sobre a capital pernambucana!

O Mar está sereno como se estivesse a dormir com o frescor que a chuva lhe proporciona. Olho a imensidão da Vida que há dentro de mim e deixo que transborde até a linha do horizonte.

Lá, entre nuvens, me deixo ficar apreciando a beleza da existência e oro por mim, pelos meus e por todos nós para que a consciência humana desperte para o grande presente que é a Vida.

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Publicado no Recanto das Letras  em 13/07/2012
Código do texto: T3775396
http://www.recantodasletras.com.br/autores/ysoldacabral