Translate

sábado, 10 de maio de 2014

SOU MATUTA NATA




SOU MATUTA NATA
Ysolda Cabral 


Estou agora só...
Triste, insegura e com medo.
Coisa danada de esquisita...
Dominada por um sentimento que abomino!

Há muito para fazer...
Não me importo e me deixo vencer.
Pergunto-me por que,
E, eu mesma respondo:
Quem vai saber!

Se eu nem sou eu, neste momento,
Então o medo está perdendo seu tempo
E eu jogando fora o meu lamento.

Ah! Como queria estar longe daqui...
Nalgum lugar a beira de um lago, ou na mata
Afinal nasci no interior e com orgulho assumo:
Sou matuta nata.

Aqui nesta cidade,
Só escuto o canto dos pássaros de madrugada.
O galo não canta avisando que a aurora é chegada.
Chove e não sinto o cheiro da terra molhada.
Afinal, o que faço nesta terra ingrata?

**********

Praia de Candeias-PE
No silêncio da madrugada
Revirando o baú 
09.05.2014