ASSIM... ASSIM
Ysolda Cabral
Hoje estou meio assim...
Assim.
Não sei qual a razão e olho para dentro de mim,
penso no que ficou lá atrás e no que está diante de mim,
daquilo que veio depois...
Sei que por dentro, pouco ou quase nada mudou.
Nem minha concentração diminuiu ou aumentou.
Meu imaginário, um dia espatifado,
Aprimorou-se, sem remendos!
E por ter-se espalhado em pedaços coloridos, desiguais
e imperfeitos, fez do
meu medo seu mais forte aliado.
Não se aquietaram ainda os sentidos.
Muito pelo contrário! Ampliaram-se.
Coisas sofridas foram perdidas, banidas,
para não serem mais sentidas...
Às vezes até são lembradas,
porém não mais doloridas.
As coisas boas?
Ah! Essas ficaram, vingaram.
E as coisas faltadas,
que serão contadas, quando chegadas,
serão acrescidas e ficarão bem guardadas.
Seja em verso ou não,
seja num simples toque de mão,
ou num olhar afoito, de pés firmes no chão
serão percebidas se
forem só paixão.
É que sou assim mesmo,
não quero mudar mais não.
Preciso me preparar para as calmarias,
pois nas tempestades sou mesmo craque.
A paciência foge de mim feito louca,
Zombando , tripudiando,
Se arrebentando de tanto rir.
Mesmo forte e aguentando sempre o tranco,
Inteira ainda estou...
Pura, casta e solta a caminhar no meu todo,
para nunca mais me sentir
Assim... Assim...
Recife-PE
Em 09.10.2013
**********