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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ESSA CARA NÃO É MINHA




ESSA CARA NÃO É MINHA
Ysolda Cabral



Amanheci triste, atrapalhada.
Cautelosamente me olhei no espelho...
Meu Deus que cara!

De cara pensei: essa cara não é minha!
Esfreguei os olhos – coisa errada, muito errada.
Nunca faça isso, pode romper à córnea.
Parei, olhei... Assustei-me!
Pois não é que a cara era a minha!

Sorri e covinhas não vi.
- Ò Poeta presta atenção na lira!
Ah, ira!
“Um gira-sol sem sol”

Aproximei-me do desalmado,
Quase a beijar a minha boca.
- Que coisa!
Estava tudo confirmado:
Nada de covinhas!

Cadê minhas covinhas...?
Sorri forçado...
Já disse que sorrir forçado,
É muito errado e causa dor.
Meu Deus que horror!

De repente dos óculos me lembrei
E a luz se fez...
Achei minhas covinhas!
Mas, pensando bem...
Será que essa cara é mesmo a minha?

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Recanto das Letras  em 23/01/2013
Código do texto: T4100065
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