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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

QUASE MORRIA OU IA PRESA HOJE



QUASE MORRIA OU IA PRESA HOJE
Ysolda Cabral

                                                                                                                                    
As coisas mais inusitadas acontecem comigo... Hoje, antes das sete, no trajeto casa/trabalho, peguei um engarrafamento desgraçado na Av. Beira Mar, na altura do Parque Dona Lindu. - Ô Parque para tumultuar a vida da gente, meu Deus! Também, construído num local inapropriado e apertado demais para seu tamanho agigantado! Só podia dá nisso!  Mas, o fato é que, a situação estava bem difícil e muito mais para mim que...

·  recém saída de uma licença médica, por conta de um tombo que levei dentro de um coletivo, no último dia 10, o qual machucou a minha região lombar, dirigia com certa dificuldade;

· o calor me consumia – havia esquecido de abastecer meu carro e não podia ligar o ar-condicionado, sob pena de minha situação piorar;

·  e, como se não bastasse, o cinto de segurança ao invés de cumprir a sua obrigação de zelar por minha vida, queria era me enforcar, levando-me à exasperação absoluta e a ter que estar me defendendo dele a cada cinco metros percorridos.

Pense numa agonia!

Depois de muita peleja, resolvi dar-lhe uma ‘’chave de braço’’ e ao deixá-lo ali neutralizado, me senti aliviada.

Logo à frente, um policial de trânsito me parou.

- A senhora está sem o cinto de segurança!  Falou, aborrecido. Vai ver que tinha brigado com a namorada, pensei...

- Coloque o cinto, minha senhora!  Mostrei que estava com o cinto, mas por baixo do meu braço e expliquei-lhe as razões. Minha escoliose; hérnia de disco; bico de papagaio; o tombo; a licença médica; meus vinte e cinco anos já um tantinho distantes de mim. Enfim...

- Se a senhora não estava em condições de dirigir, porque não ficou em casa?! Esta maneira de colocar o cinto é incorreta e posso multá-la por isso.

O coloque corretamente! Falou incisivo.

Eu lhe disse NÃO!

- Tudo bem! Pode encostar ali mesmo. O carro está apreendido.

Pensei que ele estivesse brincando e sorri.

- A senhora está achando graça?! Isto é desacato!  Posso prendê-la, sabia?

Nossa Senhora, ele falava sério! A ficha caiu. Mais que depressa, coloquei o cinto corretamente. Pedi-lhe desculpas pelas brincadeiras, lhe perguntei se podia prosseguir minha viagem e ele sem se dar ao trabalho de responder, balançou a cabeça afirmativamente. Dei partida, lhe fiz uma careta e fui embora bem depressa.  Ainda bem que a essas alturas o trânsito fluía rápido. Olhei pelo retrovisor a tempo de ver um leve sorriso naquela cara amarrada.

Menos mal!

Finalmente cheguei a um posto de gasolina. Ao abrir o capô para o bombeiro colocar água para os limpadores,  o radiador estava fervendo e tudo ali fumaçava. No painel do carro não vi nenhuma luz acessa. - Eu preciso levar o carro pra revisão urgentemente. Conclui.

Conclusão: o motor teve que ser resfriado rapidamente, o radiador esvaziado para que a saída de ar fosse fechada corretamente, motivo do super aquecimento, segundo o funcionário do posto, o qual salvou a minha vida hoje, com toda  certeza.

Depois de tudo pronto, consertado e  reabastecido, me liberou para seguir viagem recomendando-me cuidado. Achei tão bonito!

Agora escrevendo sobre estes fatos que me aconteceram esta manhã, estou aliviada de não ter sido presa e nem ter morrido. Afinal tenho uma porção de coisas pra fazer sob o Sol de muitos dias e em noites de Lua cheia a começar de hoje.

Tem ''lual'' logo mais na casa da Tia Maria José, à beira Mar da bela Praia de Candeias! Oba!

 Depois conto como foi, caso aconteça algum fato interessante, Claro!


Recanto das Letras em 20/09/2013

Código do texto: T4490375 

* Na foto, coletada do Google, o Parque Dona Lindu.