FALANDO DE AMOR
Ysolda Cabral
Falar o quê sobre o amor, quando tudo já foi dito, e,
continua sendo dito por poetas, escritores, filósofos, amantes de todos os
tempos e dos quatro cantos do planeta? Eu não sei! Sinceramente, não sei.
Evidentemente que gostaria de arriscar algumas
considerações, impressões sobre este poderoso e complexo sentimento, o qual, em
questão de segundos, nos leva aos píncaros da mais pura e perfeita felicidade,
ao inferno de Dante.
Ah, mas eu queria tanto falar da beleza, da emoção, da
alegria de nos saber sentindo, em total plenitude e consciência esse enigmático
sentimento! Dizer como é o ‘’Tum... Tum, ’’ do tambor do encantado, quando
amando apaixonado, se lembra da pessoa amada. Mas como? Como concatenar as
idéias, os seus traços; se muitos deles são roubados pelo negro de um de seus
múltiplos aspectos?
- Que coisa mais complicada!
Agora entendo a rima que finaliza o soneto de amor com
lágrimas sentidas de solidão, culpa e dor... E lá se vai o soneto mundo a fora
fazendo chorar o coração da gente...
Eu não sei! Só sei
que, em determinados momentos, nos sentimos completos, felizes e por mais
feios, insignificantes e limitados que a gente seja,ou pensemos ser, sentimos
exatamente o contrário e tudo se torna extremamente lindo e perfeito. Até as
cores ganham um novo colorido! De repente tudo muda e a gente se afoga num mar
de profunda tristeza e mágoa, de ondas gigantes, provocadas pelo vendaval de
nosso imaginário, cujas conseqüências na maioria das vezes são irreversíveis.
Passei por um momento assim...
Hoje, relativamente refeita, deixo o tênue Raio de Sol, o
qual passa pela fresta da minha janela, pairar sobre a minha cabeça como
prenuncio de dias bons.
**********
Recanto das Letras em 05/04/2013
Código do texto: T4225211
Classificação de conteúdo: seguro